A "regulamentação da mídia", como dizem eles, não passa de
censura. Preste-se atenção no que disse, recentemente, o presidente do
Partido Totalitário, Rui Falcão: o caminho é asfixiar os jornais que
ousarem ser independentes e críticos em relação ao governo petista:
É sabido que a proposta do PT para "regulamentar a mídia" nada mais é
do que a intenção de submeter a imprensa ao governo petista e ao
próprio partido. Os petistas douram a pílula para convencer a opinião
pública de que não se trata de uma forma de censura e, eventualmente,
podem confundir os incautos. No entanto, quem ainda tiver alguma dúvida
sobre qual é realmente o espírito que preside esse projeto do partido
basta prestar atenção ao que disse o presidente da agremiação, Rui
Falcão, em recente reunião com parlamentares do PT na Câmara: o caminho,
sugeriu ele, é asfixiar os veículos de comunicação que ousarem
portar-se com independência e espírito crítico em relação ao governo
petista.
Segundo relatos de participantes do encontro, Falcão defendeu que o
governo corte a verba de publicidade destinada a veículos de comunicação
que, no seu entender, "apoiaram" e "convocaram" as manifestações
populares do último dia 15. Para o presidente do PT, é necessária "uma
nova política de anúncios para os veículos da grande mídia". Pode-se
depreender que essa "nova política" seja, simplesmente, colocar anúncios
do governo somente em jornais e emissoras de TV que sejam camaradas.
Para demonstrar a urgência de uma nova política de distribuição das
verbas publicitárias, Falcão argumentou que o clima beligerante contra
Dilma e o PT levou até mesmo a TV Record, segundo ele um veículo
"simpático" ao governo, a participar da suposta mobilização nacional por
parte da imprensa para incitar os protestos de rua - mas isso, disse
Falcão, ocorreu somente em razão da "briga por audiência". O importante a
se observar é que, ao mencionar a suposta existência de veículos
"simpáticos", Falcão demarca o território em que o PT julga disputar a
guerra da comunicação: há os amigos e os inimigos. Aos primeiros, tudo;
aos segundos, a danação.
Falcão sugeriu que a estratégia usada até agora para enfrentar o que
julga ser uma campanha orquestrada pela grande imprensa para
desacreditar o partido e o governo não tem dado resultado. "Não se
enganem. O monopólio da mídia não será quebrado apenas nas redes
sociais. Isso é uma ilusão", disse o presidente petista, referindo-se à
comunidade de blogueiros e ativistas digitais montada para defender o PT
e agredir sistematicamente a imprensa livre.
Por um momento, os estrategistas do partido julgaram que a guerra da
comunicação seria ganha no ambiente virtual. No entanto, como reconheceu
um documento da Secretaria de Comunicação Social que criticou a
política oficial de comunicação, "o governo e o PT passaram a só falar
para si mesmos".
Mas o PT não perdeu espaço apenas nas redes sociais; parece ter
perdido também as ruas, lugar onde reinava. Isso explica a aflição de
Falcão e de seus companheiros. Como sempre acontece com aqueles que
interpretam o mundo exclusivamente por meio da ideologia, e não da
razão, os petistas atribuem esses reveses não aos erros que o partido e a
presidente Dilma Rousseff cometeram, mas a uma grande conspiração das
"elites" para derrubar o "governo popular"(Elite são eles, os políticos e os empresários corruptos que juntaram milhões e até bilhões de reais roubando o povo!!N.B).
Em flagrante estado de negação, Falcão atribuiu o enorme sucesso das
manifestações do dia 15 "exclusivamente" ao suposto trabalho da "grande
mídia" - responsável, segundo ele, por tirar as pessoas de casa e por
inflar o número de participantes.
Com isso, o presidente do PT, bem como a maioria de seus pares,
parece ter se convencido de que nada há de errado no País, que tudo vai
às mil maravilhas e que, se não fosse a imprensa "golpista" a conclamar
os brasileiros a se manifestar, a população não teria ido às ruas.
A receita petista para resolver esse problema é simples: tratar as
verbas de publicidade do governo como se fossem do PT. O princípio da
impessoalidade, que deve nortear qualquer administração pública - e está
explicitamente inscrito na Constituição -, é estranho a um partido que
se acredita proprietário do poder. Por enquanto, Dilma tem resistido aos
insistentes apelos do PT para que submeta a imprensa aos desígnios
autoritários do partido. Espera-se que seu enfraquecimento político não a
faça capitular. (Estadão).
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