15.3.15
Tem acontecido, de quando em quando.
É raro, mas em certas ocasiões os repressores negam-se a reprimir a multidão em
revolta, integrando-se nela e contribuindo para o sucesso de suas reivindicações.
Quando o povo cercou a Bastilha um corpo de Artilharia foi enviado para
dispersá-lo, mas usou os canhões para derrubar muros da fortaleza. Há
outros exemplos, na História.
Já imaginaram se hoje no Rio, São
Paulo, Brasília ou qualquer capital, soldados das Polícias Militares se
reunirem aos manifestantes, de braços dados, marchando juntos para
exprimir protestos iguais? Porque os militares, tanto quanto estudantes,
operários, funcionários civis e povo em geral sofrem pela desídia do poder
público. Ganham pouco, enfrentam os mesmos percalços e sacrifícios, do
transporte coletivo à falta de hospitais e escolas. Enfrentam a bandidagem e
irritam-se ao saber dos abusos e da bandalheira dos governantes. Como regra,
curvam-se às determinações ditadas pela hierarquia e a disciplina, mas não
terão seus momentos de indignação?
Na hora de investir contra o
povo, poderão hesitar. Não se fala dos baderneiros, depredadores,
black-blocs e sucedâneos, mas do vizinho de quarteirão, do jovem
que conheceu no trem, no ônibus ou na fila do posto de saúde. Um
belo dia essas coisas acontecem: em vez de usar cassetetes e bombas de
gás, poderá quem usa farda engrossar as fileiras do povo?
Será aplaudido. É tanto cidadão quanto soldado.
AS CONSEQUÊNCIAS
Contando-se com o sucesso das
manifestações de hoje em todo o país, com votos para que tudo transcorra
pacificamente, a pergunta seguinte envolve suas conseqüências. Fará o quê, o
governo Dilma, se centenas de milhares de pessoas tiverem expressado sua
rejeição?
Seria hora de mudar, não havendo nenhum desdouro em mudanças ditadas pela necessidade. Mas teria a presidente percepção e coragem para tanto? A sombra do desemprego paira sobre a Petrobras e afins, com previsões assustadoras. Não haverá nada a fazer?
Dos 39 ministros pelo menos a metade não disse a que veio.Que tal despachá-los? Os impostos e taxas subiram, os combustíveis também, além do preço de gêneros de primeira necessidade.
Cortes no orçamento da educação, da saúde e da segurança pública prejudicam a vida da maioria da população. Não haverá forma de compensá-los com parte do lucro dos bancos ou o imposto sobre grandes fortunas?
Antes de tudo, e muito mais, porém seria com que Madame ouvisse a voz das ruas. Descesse do pedestal para sentir o cheiro de povo.
Seria hora de mudar, não havendo nenhum desdouro em mudanças ditadas pela necessidade. Mas teria a presidente percepção e coragem para tanto? A sombra do desemprego paira sobre a Petrobras e afins, com previsões assustadoras. Não haverá nada a fazer?
Dos 39 ministros pelo menos a metade não disse a que veio.Que tal despachá-los? Os impostos e taxas subiram, os combustíveis também, além do preço de gêneros de primeira necessidade.
Cortes no orçamento da educação, da saúde e da segurança pública prejudicam a vida da maioria da população. Não haverá forma de compensá-los com parte do lucro dos bancos ou o imposto sobre grandes fortunas?
Antes de tudo, e muito mais, porém seria com que Madame ouvisse a voz das ruas. Descesse do pedestal para sentir o cheiro de povo.
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