O 15 DE MARÇO 2 – A entrevista de um descontrolado e de um deprimido. E tome novo panelaço Brasil afora! PT nunca esteve tão perdido
Vejam
esta foto, que me foi enviada por um amigo. Desconheço o autor. Se
quiser se identificar, é só mandar uma mensagem para o blog.
Por Reinaldo Azevedo
Não
poderia haver retrato maior da perdição em que se meteu o petismo.
Desde
que o partido foi criado, nunca o vi cometer tantos erros em série. Com
essa tropa de trapalhões, Dilma está lascada. Mas como ignorar que é
ela a chefe? Como vocês veem acima, um grupo de negros — tudo indica se
tratar de uma família — faz troça da máxima veiculada nas redes sociais
pelo PT e por seus asseclas no subjornalismo: só a elite branca teria
disposição para ir às ruas. Bem, como eles são obviamente negros e como
estão protestando contra Dilma, então passam a ser, segundo critérios
petistas, elite branca.
O PT e o
governo demonstraram, mais uma vez, na noite de ontem, que não estão
entendendo nada. Isso, sim, é perigoso, não a população pacífica nas
ruas. Mal os protestos haviam terminado, os ministros José Eduardo
Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da
Presidência, concederam uma entrevista coletiva. Não foi veiculada em
rede nacional. Mesmo assim, ouviu-se um várias cidades do país um
panelaço semelhante àquele do dia 8 de março, quando Dilma foi a TV sob o
pretexto de homenagear as mulheres.
Com ar deprimido, visivelmente perdido,
Cardozo anunciou que o governo pensa num pacote de medidas contra a
corrupção. Dilma prometeu o mesmo em 2013. Mas não ficou por aí: apontou
a reforma política como a cura dos males. Segundo os ministros, é
preciso acabar com a doação de empresas privadas a campanhas políticas —
talvez a ideia mais estúpida e malandra do petismo.
O tom de
Cardozo em relação às manifestações mudou. Segundo disse, não viu
golpismo, não. Aí foi a vez de Miguel Rossetto barbarizar. Para o
ministro, “os protestos ocorridos hoje são de setores críticos ao
governo, e seguramente essa participação parece ser de eleitores que não
votaram na presidente Dilma”. É a tese cretina do terceiro turno.
Rossetto, que certamente não estava nas ruas, chamou de golpista, sim, a
defesa do impeachment de Dilma. Membro de uma corrente de esquerda do
PT chamada “Democracia Socialista”, o ministro certamente nunca viu o
povo de verdade, sem o pedigree ideológico da sua turma.
Dia
desses, Renan Calheiros disse que o governo tinha envelhecido
precocemente. Pode ser. Mas velho mesmo, de verdade, é o PT. Nas ruas,
havia pobres, ricos, gente de classe média. Lá estavam negros, brancos,
mestiços. Protestavam mulheres e homens, homo e heterossexuais, adultos,
jovens e muitas crianças acompanhando os país. O repúdio ao governo
petista os unia a todos.
A
entrevista, que deveria servir como uma bandeira branca, uma tentativa
de aproximação, teve efeito contrário: panelaço, buzinaço, gritos de
“Foraaa!”. Ou por outra: Dilma ajudou a convocar a manifestação deste
domingo com o seu desastrado pronunciamento do dia 8. Os dois ministros
praticamente marcaram um novo protesto.
Pior: a
tese da reforma que os dois abraçaram na entrevista não conta com o
apoio do PMDB, seu maior aliado. Eu me pergunto que espírito soprou aos
ouvidos de Dilma e de seus homens fortes que a entrevista coletiva era
uma boa ideia. O bom senso estaria a indicar que o governo deveria, no
máximo, ter lido uma nota curta, parabenizando os brasileiros pela
manifestação ordeira e pacífica, reiterando que está empenhado em
combater a corrupção e reconhecendo que existem motivos para
descontentamento. E pronto.
Seria um
sinal de humildade no dia em que dois milhões tomaram as ruas, segundo
dados das Polícias Militares. Mas não! O que se viu foi um atestado de
prepotência e de hostilidade com os manifestantes — refiro-me a Rossetto
nesse particular. Pior: o governo, que também é do PMDB, oferece como
resposta uma saída que não conta — e ainda bem que não! — com o apoio
do… PMDB!
A Folha
informa que Dilma desabafou com um assessor: “Eu não contribuí para isso
tudo e levo a culpa”. (Tadinha! Vamos levar ela para nossa casa?Rs...). Pois é… Digamos que assim fosse. Quem, então,
contribuiu, presidente? De quem é a culpa?
Está tudo
errado! Mas é evidente que a presidente não tem motivos para seguir os
meus conselhos, não é mesmo? Para piorar, a rede petralha, incluindo os
blogs sujos, faz uma pregação abjeta e odienta na Internet, como se isso
fosse resolver alguma coisa. Piora tudo.
O PT não
entendeu nada. Perdeu o discurso. Perdeu as ruas. Perdeu a hegemonia nas
redes sociais. Perdeu o rumo. Isso, sim, é um tanto perigoso. Nessas
condições, tende a fazer ainda mais bobagens. A entrevista da dupla
serviu para piorar um pouco mais a relação do governo com a população e
com o PMDB. É obra de gênios. Não é fácil fazer as duas coisas ao mesmo
tempo.
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