Cunha diz que vai arquivar pedidos de impeachment contra Dilma
JOSÉ ROBERTO CASTRO E RICARDO CHAPOLA - O Estado de S. Paulo
16 Março 2015 | 13h 17
Presidente da Câmara volta a dizer que impedimento é 'inconstitucional', mas critica resposta dada pelo governo a protestos
São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), indicou nesta segunda-feira, 16, que vai arquivar os
pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff que chegarem à
Casa. Cunha, que é o terceiro na linha de sucessão da Presidência,
disse que não leu o pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), mas
acredita que o impeachment "não é a solução". Ele ainda disse que o
impedimento da presidente é uma situação que "beira o ilegal e o
inconstitucional".
"Efetivamente, da nossa parte, não tem guarida para poder dar seguimento
até porque entendemos que esta não é a solução. Entendemos que temos um
governo que foi legitimamente eleito e que, se aqueles que votaram
neste governo se arrependeram de terem votado, isso faz parte do
processo político. E não é dessa forma que vai resolver", argumentou o
peemedebista, após participar de um encontro na Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo. Pedidos de "Fora, Dilma" estiveram presentes
nas manifestações ocorridas em todo o País nesse domingo, 15.
"Temos que debater, sim, o que aconteceu nas ruas ontem, temos que
buscar formas que ajudem o governo a se encontrar com aquilo que a
sociedade deseja ver. Mas não a partir de situações que cheiram e beiram
o ilegal e o inconstitucional", completou. Para presidênte da Câmara Eduardo Cunha, impeachment "não é a solução"
Em seguida, o presidente da Câmara passou a fazer críticas ao governo e
aos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto
(Secretaria-Geral da Presidência), escalados para defender o governo no
início da noite desse domingo, 15. Cunha disse que a fala dos ministros
não refletiu o clima das ruas e chamou a participação dos dois de
"desastre". "Não vi ninguém nas ruas pedir reforma política, vi pedir
reforma de governo", disse Cunha. "Não vi ninguém nas ruas dizendo que o
financiamento empresarial é o problema", complementou.
Na noite desse domingo, em resposta aos protetos, os ministros
prometeram lançar um pacote com medidas para combater desvios de
dinheiro público e voltaram a defender a reforma política, que, segundo
eles, vão mudar as regras do sistema eleitoral e coibir a corrupção.
Sobre a proposta apresentada pelos ministros de um pacote anticorrupção,
Cunha ironizou dizendo que há dois anos escuta o governo dizer que vai
mandar as medidas para o Congresso. "Qualquer proposta que mandarem eu
coloco em votação imediatamente", disse.
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