Pedro Venceslau - O Estado de S.Paulo
20 Abril 2015 | 02h 03
João Dória cobra convidados que não apareceram
A ausência irritou tanto o organizador do encontro, João Dória Jr., presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que ele fez um discurso inflamado citando nominalmente todos os convidados que não apareceram.
No final da extensa lista, que inclui nomes como os deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo, Alessandro Molon (PT-RJ), vice líder do PT, e os senadores Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hofmann (PT-PR), o anfitrião, que é filiado ao PSDB, chamou a todos de "fujões". "Fazia sentido o PT estar aqui defendendo o indefensável. Convidei 13 senadores e 15 deputados do PT e ninguém apareceu, o PT fugiu do debate. Nossa repulsa à eles", afirmou.
Havia por parte dos organizadores tanta convicção da presença dos petistas que os nomes citados estavam na programação oficial do evento, que foi impressa e distribuída aos convidados.
Nos quatro dias do Fórum, que ocorreu em um resort na ilha de Comandatuba, no sul da Bahia, empresários e políticos de oposição foram unânimes nas críticas ao governo Dilma Rousseff, mas se dividiram na hora de debater o impeachment.
'Fato relevante'. Entre os presentes, um dos mais assediados foi Rogério Chequer, líder do movimento Vem Pra Rua. Entre os empresários presentes, a tese do impeachment não encontrou eco. Nenhum dos ouvidos pelo Estado defendeu explicitamente a tese.
"Não vi até agora nenhum fato relevante. Não dá para mudar as regras no meio do jogo",afirmou Edson de Godoy Bueno, fundador da Amil e presidente da Amilpar.
"Não existem elementos para o impeachment. Vários juristas já se manifestaram sobre isso. Não há uma base legal", concordou Luiz Fernando Furlan, membro do conselho da BRF e ex-ministro no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Partiu justamente do presidente do Lide, João Dória Jr., a opinião mais contundente pró-impeachment.
"Sou à favor de que não se exclua essa possibilidade. O Congresso não pode ficar
distante desse clamor".
Por outro lado, o fórum também contou com a participação de artistas e personalidades da televisão interessados nos debates e palestras, como Bruna Lombardi e seu marido Carlos Aberto Riccelli. Em um momento descontraído, um convidado perguntou ao ex-árbitro e comentarista Arnaldo César Coelho: "Pode o impeachment, Arnaldo?". "Não pode, a regra é clara", respondeu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário