Denis
Rosenfield saúda a mudança na Câmara dos Deputados em relação à redução
da maioridade penal para 16 anos, assunto que constitui um anátema para a
praga politicamente correta dos setores ditos "progressistas". Na
verdade, são filhotes de Rousseau: a culpa é sempre da sociedade, que
corrompe os indivíduos, e não dos criminosos, que dela são "vítimas":
A
discussão sobre a redução da maioridade penal tem o condão de despertar
clivagens ideológicas que, na verdade, só existem na cabeça dos que
partem de opiniões ancoradas no politicamente correto. Enquanto as
iniciativas anteriores foram praticamente eliminadas graças a um
conjunto de deputados que comunga dessas platitudes, esta nova está bem
respaldada na Câmara dos Deputados. De fato, a sociedade não mais
suporta a injustiça e a impunidade.
O
deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, grande
propulsionador desta nova iniciativa, foi imediatamente vilipendiado,
sendo taxado de “conservador” pelos que se autointitulam, evidentemente,
de “progressistas”. Pior ainda, a sua confissão religiosa foi posta em
causa, quando ser evangélico significa aqui tão simplesmente ser justo.
A
questão, de fato, não reside na religião, pois fosse ela católica,
protestante, judaica ou muçulmana, o problema seria o mesmo, a saber, a
defesa da justiça e a luta contra a impunidade. O abuso da
irresponsabilidade está, finalmente, e felizmente, encontrando limites.
O
discurso dos “progressistas” não deixa de ser hilário, como se um menor
aos 16 anos não fosse capaz de discernir os seus atos. Se tem o direito
de votar para presidente da República, ato supremo de escolha de quem
vai representar a “polis”, se é capaz de discernir entre as várias
propostas e candidatos aquela ou aquele que vai melhor lhe representar,
como não seria capaz de discernir um ato moral e legal de um ato imoral e
criminoso? (Continua no jornal O Globo).
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