segunda-feira, 20 de abril de 2015

De 2005 a 2015.Dez anos de roubalheira.No mínimo!Naquela época, contudo, ainda não se falava em...bilhões de reais!

São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2005




Eleição do PT pode ser destino de dinheiro KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA



O Ministério Público Federal tem indícios de que a destinação de pelo menos parte do dinheiro apreendido com o ex-dirigente do PT no Ceará José Adalberto Vieira da Silva poderia ser usado para as eleições do Diretório Estadual do partido neste ano.



Segundo o procurador Márcio Torres, a suspeita surgiu porque os implicados são do PT e estavam envolvidos diretamente no processo de eleição. Tanto Adalberto como o ex-assessor do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) Kennedy Moura, tido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como o principal suspeito de ser o responsável pelo dinheiro, faziam parte da chapa do Campo Majoritário que disputaria a eleição.



Adalberto foi preso no último dia 8, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando tentava embarcar para Fortaleza com R$ 200 mil numa mala e US$ 100 mil escondidos na roupa. Ele era dirigente do PT no Ceará e assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino.

Depoimento

Moura, que também já assessorou Guimarães, prestou depoimentos ontem à Comissão de Ética do PT e ao Ministério Público. Ele confirmou que falou com Adalberto por telefone "antes, durante e depois" de ele ter pego o dinheiro, mas negou que tivesse algum envolvimento no caso.



Uma das ligações foi na quinta-feira, dia 7, à noite, quando Adalberto já estaria com o dinheiro. Moura disse que em nenhum momento desconfiou que o amigo estivesse em São Paulo e que apenas conversaram sobre o partido.



A primeira ligação feita por Adalberto quando se hospedou num hotel, possivelmente logo depois de ter pego o dinheiro, também foi para Moura, segundo um relatório de chamadas do hotel Quality, da avenida Faria Lima. A ligação, pelo extrato, durou quase dois minutos. O ex-assessor do BNB, porém, disse que não conseguiu identificar quem havia ligado e que só falaram "alô, alô, não posso atender".


As investigações, até agora, apontam que o dinheiro pode ser propina, fruto do favorecimento de um consórcio, o STN (Sistema de Transmissão Nordeste), num contrato com o BNB de R$ 300 milhões.
Moura voltou a dizer que Guimarães, então chefe de Adalberto, pediu a ele que assumisse a origem do dinheiro em uma reunião em São Paulo, dois dias depois da prisão de Adalberto.



A reunião foi presenciada por dois petistas, Danilo Camargo e Francisco Rocha, que negam a fala de Moura.


Genoino
O delegado da PF responsável pelo caso no Ceará, José Pinto de Luna, afirmou que tem imagens do local onde aconteceu a reunião e que, na gravação, há um momento em que aparece Genoino, ao lado de Camargo.



A captação da imagem foi possivelmente depois da reunião entre Moura e os demais, de acordo com o delegado. Segundo Camargo, que mora no flat onde aconteceu a reunião, Genoino foi até lá para conversarem sobre a conjuntura do PT nacional e também sobre o caso do dinheiro apreendido com Adalberto. O próprio Moura negou ontem que soubesse que Genoino estaria no flat. Guimarães também esteve com seu irmão no mesmo local e confirmou que eles conversaram sobre o caso de Adalberto.


Texto Anterior: Previ decide tirar Pizzolato da Embraer
Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Hora das provas: Campanha tucana de 98 já recebia recursos via SMPB

Nenhum comentário: