Lula e o presidente do PT, Rui Falcão. |
Apavorados
com a Operação Lava Jato, os dirigentes do Partido Totalitário temem que
as ações dos investigadores inviabilizem o funcionamento do partido,
que poderá, inclusive, perder o registro eleitoral. Que assim seja:
A cúpula
do PT teme que as ações dos investigadores da Operação Lava Jato acabem
por "inviabilizar'' o funcionamento do partido e até por levar à
cassação do registro da legenda.
Antes
mesmo da prisão de João Vaccari Neto, o tesoureiro da sigla, na quarta
(15), dirigentes afirmaram reservadamente à Folha terem sido informados
por pessoas que acompanham os desdobramentos da operação de que o
partido deve sofrer sanções financeiras para ressarcir os cofres
públicos pela corrupção no esquema da Petrobras.
Desde
então, a sigla se prepara, nas palavras de um grão-petista, para uma
multa de ''valores astronômicos'' a ser estipulada pelas instâncias
judiciais.
Segundo a
Folha apurou, petistas esperam uma multa correspondente ao valor que
Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, revelou em delação premiada
serem propinas pagas ao PT e ao próprio João Vaccari.
Ele
estimou que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões
entre 2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da
Petrobras.
O
Ministério Público Federal já sinalizou que pedirá punições aos partidos
políticos envolvidas na Lava Jato, mas não detalhou quais serão.
Até agora, os pedidos de punição se restringem a políticos e dirigentes partidários.
Para
petistas ouvidos sob condição de anonimato, a multa "destruirá'' o
partido porque a fonte de arrecadação para pagá-la ''secou''.
As
empreiteiras são o principal alvo da Lava Jato e parte delas enfrenta
problemas de caixa. Nesta sexta-feira (17), o Diretório Nacional do PT
divulgou uma resolução política em que suspende o recebimento de doações
de empresas privadas.
"MORTE SEM OXIGÊNIO"
Mesmo
antes da decisão, o partido dava como certo que as doações
desapareceriam a partir de agora, principalmente em anos não eleitorais.
A mesma avaliação é compartilhada, como a Folha já relatou, por
empreiteiras.
O fundo
partidário, outra forma de sustento das legendas, também ficaria
comprometido. Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral ouvidos pela
Folhaafirmam que, se a punição se confirmar, a multa pode ser para
ressarcir aos cofres públicos recursos desviados descobertos pela
operação.
Neste
caso, segundo a lei dos partidos políticos, ficaria suspensa a
participação da agremiação no fundo partidário até que o esclarecimento
seja aceito pela Justiça Eleitoral. Um interlocutor do Judiciário define
o imbróglio como "morte sem oxigênio'' para o PT.
Em 2014, por exemplo, o PT recebeu cerca de R$ 25 milhões de fundo partidário.
No caso
da cassação, um especialista em direito eleitoral afirma que não há base
normativa que a autorize, mas foi proposta no pacote anticorrupção da
Procuradoria-Geral da República.
No
pacote, apresentado em março, estão previstas multa, suspensão e até
cassação do registro do funcionamento de partido envolvido com desvio de
dinheiro público.
As propostas serão discutidas pelo Congresso e dependem dos parlamentares para serem transformadas em lei.
Diante do cenário sombrio, o PT vai insistir em que os recursos para todos os partidos vinham do mesmo lugar: as construtoras.
Ou seja, segundo essa tática, se houver multa para o PT, precisa haver multa para todos os demais partidos. (FSP).
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