Embora
conforme se vê na ilustração abaixo, a capa de Veja privilegia a
reportagem enfocando os últimos lances da Operação Lava Jato e o
incansável trabalho do Juiz Federal Sergio Moro, responsável pelo
inquérito que corre na Justiça Federal de Curitiba.
Entretanto,
mais acima se vê uma chamada que revela os meandros de um estranho
contubérnio entre um empreiteiro grandalhão envolvido no petrolão com o
ministro Dias Toffoli. De quebra, estaria nessa parada também o ministro
Benedito Gonçvalves, do STJ, que pretendia chegar ao Supremo antes que
os petralhas descobrissem o "jurista alternativo" Luiz Edson Fachin.
A
reportagem de Veja teve acesso a um relatório produzido pelos
investigadores da Operação Lava Jato. Segue um resumo, a mostrar que
Veja que chega nesta sexta-feira às bancas por causa do feriadão, traz,
como sempre, reportagens exclusivas que esfarelam o jornalismo mentiroso
que campeia pelos jornalões. Vale a pena conferir:
No dia
13 de novembro do ano passado, o engenheiro Léo Pinheiro, sócio e
presidente da empreiteira OAS, não imaginava que sua rotina estaria
prestes a sofrer uma reviravolta em algumas horas. Era noite de
quinta-feira. Trocando mensagens com um amigo, ele parecia tranquilo e
informava: "Estou indo para a África na segunda". Depois, perguntou:
"Você vai ao aniversário do ministro Toffoli no domingo?".
O amigo
respondeu que ainda não sabia se compareceria à festa. Marcaram um
encontro para o sábado no Rio de Janeiro e outro para segunda-feira,
17, em São Paulo. Léo Pinheiro acabou não indo à África, ao Rio, a São
Paulo nem ao aniversário do ministro. A Polícia Federal prendeu o
engenheiro horas depois da troca de mensagens. Seis meses se passaram e
esse diálogo, aparentemente sem relevância, ganhou outra dimensão.
Léo
Pinheiro foi solto na última semana no fim de um julgamento dividido, em
que o voto do ministro Toffoli foi decisivo para sua libertação.
Toffoli votou com o relator, ministro Teori Zavascki, para conceder
habeas corpus ao empreiteiro Ricardo Pessoa, da OAS - decisão logo
estendida aos demais presos da Lava-Jato. Se Toffoli tivesse votado
contra a concessão do habeas corpus, Pessoa e Léo Pinheiro teriam sido
mantidos atrás das grades.
Léo
Pinheiro, ponta de lança do esquema de corrupção da Petrobras, acusado
de desviar bilhões de reais e de subornar algumas dezenas de políticos,
deve sua soltura à inadequada e estranha proximidade com o ministro
Toffoli? É tão difícil afirmar que sim quanto que não. Para que os
empreiteiros continuassem presos bastaria que um dos outros ministros
que votaram a favor do habeas corpus, Gilmar Mendes e Teori Zavascki,
tivesse discordado do relator.
A questão é que, até onde se sabe, nem
Gilmar Mendes nem Teori Zavascki têm relações com empreiteiros. Como
mostra o relatório da Polícia Federal, Toffoli é próximo de Léo
Pinheiro, da OAS. Ambos são amigos diletos do ex-presidente Lula, em
cujo governo Toffoli, ex-advogado do PT, foi nomeado para o STF.
VEJA
teve acesso a um relatório produzido pelos investigadores da Operação
Lava-Jato a partir das mensagens encontradas nos telefones apreendidos
com Léo Pinheiro. O documento mostra que o empreiteiro frequentava as
altas esferas de poder da capital. O interlocutor que aparece marcando
encontros com ele no Rio e em São Paulo e a ida à festa de aniversário
de Toffoli é o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
Vale lembrar que Benedito chegou a ser o nome preferido
do governo para assumir uma vaga no STF. "As mensagens demonstram uma
proximidade entre Léo Pinheiro e Benedito Gonçalves, bem como a
proximidade destes com o ministro Toffoli", conclui o relatório da
Polícia Federal. Do site da revista Veja
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