sábado, 2 de maio de 2015

O Petrolão e o BNDES

1 de maio de 2015

Empréstimos eram concedidos para construtoras que atuavam já sob investigação e autuadas por órgãos de fiscalização


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A nova edição da revista “Isto É”, nas bancas neste final de semana, também fala dos misteriosos empréstimos do BNDES. Leiam um trecho da reportagem:


O BNDES sempre foi considerado uma caixa-preta indevassável. Apesar dos reiterados pedidos da oposição no Congresso, a instituição nunca informou para quem e em que circunstâncias foram concedidos os empréstimos bilionários a juros camaradas desde 2003.

Nos últimos dias, no entanto, a força-tarefa da Lava Jato concluiu um levantamento que pode fazer com que os dirigentes do banco sejam obrigados a dar explicações. O levantamento revela que o BNDES teria destinado a Petrobras ao menos R$ 16,6 bilhões para financiar obras – hoje investigadas no esquema do Petrolão – que já apresentavam irregularidades graves antes mesmo da liberação do dinheiro.


É o caso do empréstimo de R$ 9,4 bilhões aprovado pelo BNDES em julho de 2009 para a Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Um ano antes, um relatório de auditoria do TCU havia apontado a existência de “irregularidades graves”, entre as quais deficiência do projeto básico, superfaturamento e até alteração das condições contratuais sem termo aditivo. O superfaturamento foi confirmado numa segunda inspeção do tribunal e endossado pelo plenário do TCU em abril de 2009, três meses antes da liberação da verba.


O sobrepreço teria atingido quase R$ 100 milhões só nas atividades de terraplenagem. Já os serviços de drenagem de areia apresentaram preços 1267% acima do negociado inicialmente pela estatal com o consórcio de empreiteiras responsáveis pela obra, investigada pela Lava Jato por envolvimento no Petrolão. Por conta das irregularidades, o TCU chegou a incluir a refinaria Abreu e Lima na lista negra de empreendimentos com recomendação de suspensão de repasses públicos.


Na ocasião, o presidente Lula desconsiderou os alertas do tribunal retirando a obra da relação. O BNDES diz que na hora de liberar o dinheiro “adotou medidas preventivas em linha com a posição do TCU”, mas não revelou quais iniciativas foram tomadas.


Neste final de semana, a revista Época trouxe com exclusividade a informação de que o Ministério Público Federal abriu investigação contra Lula por suposto tráfico de influência internacional: o ex-presidente teria atuado para que a construtora conseguisse facilidades no exterior via empréstimos amigos do BNDES.

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