domingo, 28 de junho de 2015

Governo faz consulta pública para ampliação da Chapada dos Veadeiros

Na criação, em 1981, o então chamado Parque Nacional do Tocantins tinha 625 mil hectares de área protegida e teve várias reduções a partir daí





postado em 28/06/2015 11:03 / atualizado em 28/06/2015 11:10 


Agência Brasil 



O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vai realizar em agosto consultas públicas para debater a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O órgão fará reuniões nos municípios da região do parque para ouvir sugestões da comunidade local, de órgãos ambientais, entidades públicas, organizações não governamentais, proprietários de terra e representantes dos setores produtivos.


 Leonardo Milano/ICMBio

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961 e está localizado no nordeste do estado de Goiás, entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul. Possui uma área de 65.514 hectares de cerrado e também preserva espaços de antigos garimpos, como parte da história local. Além da conservação da fauna e flora, o parque visa à pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação pública.

Na criação, em 1981, o então chamado Parque Nacional do Tocantins tinha 625 mil hectares de área protegida e teve várias reduções a partir daí. Em 1972, sua área foi reduzida a 171.924 hectares, a partir de diagnósticos realizados por uma comissão do Ministério da Agricultura. E em 1981, o parque foi novamente reduzido, para o tamanho atual, para a passagem da rodovia GO 239 entre o Morro da Baleia e o Morro do Buracão.

Em 2001, ele foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e teve sua área ampliada para 235 mil hectares. Entretanto, o decreto de ampliação foi suspenso em 2003 pelo Supremo Tribunal Federal, por falhas no processo e na consulta pública, voltando à área definida em 1981.

Segundo o diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, Sérgio Brant, o pedido de anulação do decreto foi baseada em questões burocráticas e não de conteúdo. “O STF deixou claro isso e disse que o governo poderia editar novamente o decreto”, disse, explicando que há alguns anos o governo faz avaliações e, agora com o trabalho finalizado, vai fazer a discussão para apresentar o desenho preliminar de ampliação do parque.



O objetivo do ICMBio, segundo Brant, é garantir uma área mais fortalecida, já que existe uma tendência de transformação do uso da terra e pressões sobre o parque. Ele explica que a área a ser ampliada é parecida com o desenho proposto em 2001, com algumas alterações. “Algumas áreas já sofreram mudanças intensas, mas há outras que podem ser incorporadas. Vamos discutir isso nas reuniões, apresentar as propostas e ver as contribuições que serão dadas”, disse.

Ainda não há data definida, mas expectativa do ICMBio é que o novo decreto de ampliação seja editado ainda este ano. “É uma região de extrema importância biológica, que tem condição de ter expansão da área protegida e uma tendência de que o turismo seja uma atividade econômica mais significativa. E a ampliação vai, inclusive, distribuir os benefícios do turismo para outros municípios da região, junto com Alto Paraíso de Goiás”, disse Brant.

As reuniões acontecerão no dia 17 de agosto, em Nova Roma, às 9 h, no auditório do Centro de Referência de Assistência Social; dia 18 de agosto, em Cavalcante, às 9 h, no auditório do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil; e no dia 19 de agosto, às 9 h, no auditório do Polo Universitário de Alto Paraíso de Goiás.

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