Procurem aqui nas competências
do Ministério da Justiça se existe alguma que envolva pressionar órgãos
sob sua subordinação a defender o partido na qual ele milita. Não tem.
Mas é isso que o PT quer. Que José Eduardo Cardozo enquadre a Polícia
Federal para que pare de investigar a corrupção petista nas estatais.
Isso é inaceitável. O Congresso deve convocar este senhor imediatamente para que ele dê explicações ao país sobre esta pressão criminosa que ele está aceitando. Ontem, estava ao lado de ministros suspeitos de corrupção dando entrevista coletiva. Um acinte à democracia e ao estado de direito, na medida em que seus colegas afirmaram, em alto e bom tom, seguindo a linha da Presidente da República, que está havendo investigação seletiva. A matéria abaixo é do Estadão.
Isso é inaceitável. O Congresso deve convocar este senhor imediatamente para que ele dê explicações ao país sobre esta pressão criminosa que ele está aceitando. Ontem, estava ao lado de ministros suspeitos de corrupção dando entrevista coletiva. Um acinte à democracia e ao estado de direito, na medida em que seus colegas afirmaram, em alto e bom tom, seguindo a linha da Presidente da República, que está havendo investigação seletiva. A matéria abaixo é do Estadão.
Na quinta-feira a Executiva Nacional do PT se reuniu em São Paulo
para, entre outras coisas, avaliar os estragos causados ao partido pelas
Operações Lava Jato e Acrônimo. Na reunião, o PT tomou duas decisões
importantes. A primeira, tornada pública, foi aprovar uma resolução
política na qual sai em defesa das empreiteiras suspeitas de desviar
recursos da Petrobrás. A segunda, até agora mantida em sigilo, foi
convidar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a dar explicações
ao partido sobre as últimas ações da Polícia Federal, subordinada a ele.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o objetivo é
simplesmente ouvir o ministro. No entanto, conforme integrantes da
cúpula petista, a ideia é enquadrar Cardozo. Militante do PT há mais de
30 anos, homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, o ministro é
responsabilizado por setores do partido pela manutenção da prisão
temporária do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, detido desde 15 de abril,
e pelas buscas no escritório político do governador de Minas, Fernando
Pimentel (PT), e na agência Pepper, que presta serviços à sigla.
Em conversas reservadas, lideranças petistas usam termos como
“inoperante”, “omisso”, “sem pulso firme nem liderança” e “egoísta” para
se referir ao ministro. Desde sexta-feira, com a divulgação da delação
premiada de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, que relatou ter feito
repasses às campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, a insatisfação em relação ao ministro aumentou consideravelmente.
Numa reunião de representantes dos setoriais petistas realizada no
meio da semana, também em São Paulo, uma dirigente ligada a um
parlamentar sugeriu abertamente que o PT peça a demissão do ministro.
Na resolução política aprovada quinta-feira pela executiva
nacional, a cúpula petista aumentou a intensidade dos ataques aos
responsáveis pelas investigações contra o partido. Em cinco dos 16 itens
do documento, o PT faz críticas à operação. No item número 6, o partido
se diz preocupado com os efeitos econômicos do “prejulgamento” das
empreiteiras, apesar de pessoas ligadas a pelo menos cinco delas terem
confessado à Lava Jato participação no esquema de desvio de recursos da
Petrobrás.
A ideia de convidar Cardozo a dar explicações ao partido
surgiu durante o debate sobre a manutenção da prisão de Vaccari, vista
pelo PT como uma arbitrariedade cometida pela força-tarefa da Lava
Jato.Uma das cobranças que será feita ao ministro é o fato de a PF
ter aberto uma investigação sobre um carregamento de dinheiro feito por
um empresário próximo a Pimentel, mas não apurar casos semelhantes
envolvendo tucanos, a exemplo de um apoiador do deputado Bruno Covas
(PSDB-SP) pego com R$ 100 mil em dinheiro às vésperas da eleição de
2014. Para o PT, a PF não tem isonomia.
Lula. Embora não tenha relação direta com o
convite ao ministro da Justiça, Lula também tem intensificado as
críticas a Cardozo. O ex-presidente é um desafeto histórico do ministro,
com quem acumula atritos desde meados da década de 1990, e nunca
engoliu a escolha e manutenção de Cardozo no ministério. Nos últimos
dias, no entanto, Lula fez chegar ao titular da Justiça e a Dilma sinais
mais claros de descontentamento.
Cardozo se defende dizendo que não tem autonomia nem poder
para impedir ações da PF. Aos emissários de Lula, lembrou que foi no
governo do ex-presidente, quando o ministro da Justiça era Tarso Genro,
que o setor de inteligência da PF foi descentralizado com a criação de
centrais em cada superintendência estadual.
Na terça-feira, Cardozo avalizou as críticas feitas por Lula
ao PT na véspera, quando o ex-presidente disse que o partido “está
velho” e “só pensa em cargos”. “Mais uma vez o presidente Lula toma uma
posição de vanguarda e coloca o tema em debate”, disse o ministro.
Além de Cardozo, o PT decidiu convidar o ministro Miguel
Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) para explicar a relação do
governo com os movimentos sociais. Ambos pertencem à aliança
Mensagem/Democracia Socialista (DS), a segunda força interna do PT.
2 comentários
Chico Dunga disse...
Qualquer dia destes, a polícia ainda vai invadir uma reunião do PT, como faz
com os encontros das facções criminosas, pois o motivo sempre é o mesmo. Apologia ao crime.
Ao invés de exigirem apurações rigorosas, não, fazem justamente o contrário,
querem a total omissão da polícia, na investigação dos companheiros. É este partido, pelas suas ações, uma verdadeira facção criminosa. Um verdadeiro
comando vermelho cover.