Entre janeiro e abril, mais de um milhão na fila dos sem-emprego. |
A taxa de
desocupação alcançou 8 por cento só no último trimestre. Herança de
Dilma I para Dilma II. Contentes, eleitores da presidente reincidente?
A taxa de
desemprego no Brasil atingiu 8% no trimestre encerrado em abril,
informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta
quarta-feira. Trata-se do maior nível registrado para o período na série
histórica iniciada em 2012. Em relação ao trimestre imediatamente
anterior terminado em janeiro, quando bateu a marca de 6,8%, houve um
aumento de 1,2 ponto porcentual. Segundo o instituto, 1,3 milhões de
pessoas entraram na fila do desemprego entre os dois intervalos
verificados.
Em
relação ao mesmo trimestre do ano passado, registrou-se uma alta de 0,9
ponto porcentual. No comparativo com todos os trimestres, este foi o
maior porcentual verificado desde janeiro a março de 2013, quando a taxa
alcançou o mesmo valor, de 8%.
Segundo o
IBGE, o número total de desempregados no período somou 8 milhões de
pessoas, 985.000 a mais do que o contabilizado no mesmo intervalo de
2014.
Já a taxa
de ocupação caiu no trimestre encerrado em abril em comparação com o
trimestre terminado em janeiro, de 56,7% para 56,3%. Isso siginifica um
contingente de 511.000 trabalhadores a menos.
Especialistas
avaliam que o mercado de trabalho está absorvendo os efeitos da
desaceleração da economia brasileira, que encolheu 0,2% no primeiro
trimestre de 2015. "Não dá para dizer que o que se vê é apenas dispensa
de temporários, tem mais pessoas procurando trabalho do que em períodos
anteriores. Isso é reflexo do que aconteceu no PIB. Se você não produz,
não gera trabalho e não há vagas. Muitas pessoas estavam estudando e se
qualificando até o ano passado. Mas com o poder de compra em queda, mais
jovens e mais idosos estão voltando ao mercado de trabalho para compor
renda familiar", afirmou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
Os
analistas ainda projetam que a taxa de desocupação vai manter a
trajetória de alta em 2015 e só tende a perder força no próximo ano.
"Este ano o desemprego vai aumentar, o que de certa forma é uma maneira
de segurar inflação. O custo social é alto, ruim, mas faz parte do ciclo
econômico. Até a economia começar a mostrar sinal de melhora, o que
deve ocorrer no ano que vem, o ciclo é de alta", afirmou o professor da
Universidade de São Paulo e pesquisador da Fundação de Pesquisa e
Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia
(Fundace/USP), Luciano Nakabashi.
Apesar do
aumento de pessoas à procura de emprego, o instituto considerou que o
rendimento médio do trabalhador permaneceu estável, em 1.855 reais, para
os meses de fevereiro, março e abril. No mesmo período do ano passado, a
renda média era de 1.862 reais.
Dentre as
atividades pesquisadas, o setor de construção foi o que mais perdeu
trabalhadores no trimestre até abril ante os três meses anteriores -
288.000 pessoas a menos. Em seguida, aparece o segmento de comércio, com
a perda de 176.000 postos de trabalho, na mesma base de comparação.
Metodologia - Os
resultados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) Contínua, que substitui a tradicional Pnad anual e a Pesquisa
Mensal de Emprego (PME). O levantamento foi feito a partir do
monitoramento de 70.000 domicílios em todas as regiões do país.
A PNAD
investiga a situação do mercado de trabalho por meio de recortes
trimestrais móveis. Por isso, o instituto faz as comparações entre os
trimestres anteriores ou igual período do ano passado. (Veja.com).
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