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À
medida que o caos no mundo contemporâneo vai se aprofundando – e talvez
por causa desse mesmo caos – assistimos em sentido contrário a uma
“onda conservadora” no Brasil e no mundo. Ninguém com um mínimo de
razoabilidade o contesta, seja de direita, de centro ou de esquerda. O
fato está aí, e tudo indica que veio para ficar.
Convém
ter presente que essa “onda conservadora” corresponde, em ponderável
medida, a uma reafirmação do bom senso, profundamente ferido pelo caos e
pelas chamadas “conquistas” da modernidade.
* * *
Vejamos, a título de exemplo, alguns setores nos quais ela se verifica:
—
No campo político-social, uma rejeição às diversas formas de
socialismo, seja o do PT, no Brasil, seja o do PS, na França, e de
outros ainda. E nos Estados Unidos, onde não se pode falar propriamente
em partidos socialistas, no entanto é o partido mais à direita que vem
se afirmando na preferência popular.
—
Em matéria de artes, chama a atenção a falta de público para a dita
“arte moderna”, como a apresentada na Bienal de São Paulo. Esta já apela
para representações tendentes ao satanismo, a fim de tentar atrair pelo
bombástico, pela irreverência e pelo sacrilégio, aqueles que não
consegue atrair pela arte. Pobres crianças de colégio, que constituem o
público habitual dessas exposições, são obrigadas por diretores de
muitos estabelecimentos de ensino a se submeterem a essa inglória
peregrinação através de salões aborrecidos e tenebrosos.
—
Em matéria de filosofia de vida, não está colando essa pregação
descabelada e absurda de uma igualdade buscada a todo preço,
antinatural, que a pretexto de combater desigualdades injustas, o que
seria louvável, leva de roldão, sob o rolo compressor da mídia e de
certos políticos, as desigualdades legítimas e proporcionadas,
necessárias para o reto e ordenado convívio humano.
— Em matéria de religião, os desmandos da esquerda católica e do progressismo
em geral vão produzindo reações em série a favor da tradição. Em alguns
casos, infelizmente, afastando dos sacramentos e da prática religiosa
os que não se conformam com a presente autodemolição da Igreja, que abre
portas e janelas para que no Templo de Deus entre a fumaça de Satanás,
constatada por Paulo VI.
Muitos
se perguntam se o mundo virou um manicômio, o que os leva a reagir ou
pelo menos a retrair-se. É a onda conservadora que se afirma.
(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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