Enquanto em Brasilia a INFRAMERICA desmata cerrado perfeito para implantar concessionárias de automóveis, no resto do mundo as cidades trocam rodovias por parques urbanos.
6 cidades que trocaram suas rodovias por parques urbanos
As autoestradas construídas nas cidades são muitas vezes
pensadas como uma solução para congestionamento de veículos. Entretanto,
a teoria da demanda induzida tem demonstrado que quando os motoristas
contam com mais vias, optam por seguir usando este meio ao invés de
utilizar o transporte público ou a bicicleta e, como resultado, o
congestionamento não diminui.
Por isso, existem
cidades que têm optado por acabar com o espaço dos automóveis e, onde
havia autoestradas, hoje há parques urbanos e ruas menos congestionadas.
A
seguir mostramos seis casos deste tipo. Alguns já estão concluídos,
enquanto que alguns ainda estão em fase de construção. Para a surpresa
de alguns, a maioria dos projetos estão nos EUA, o que reflete que os
projetistas deste país estão estudando as políticas de transporte
européias, tal como lhes contamos em nosso artigo sobre quais são as “9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel do que a Europa” (Parte I e Parte II). Harbor Drive, Portland – EUA
Uma das primeiras auto-estradas norteamericana que foi
eliminada para dar lugar a um parque foi Harbor Drive, localizada em
Portland, construída na costa do rio Willamette. Em 1974 começaram os
trabalhos de transformação que deram lugar ao parque Tom McCall.
A ponte Hawthorne, que era original da autoestrada, foi
mantida e se transformou em uma ponte para ciclistas e pedestres,
conectando a Primeira Avenida com o parque. Cheonggyecheon, Seul – Coréia do Sul
A autoestrada elevada de Cheonggyecheon, em Seul, foi
construída sobre um canal homônimo. Mas ante à contaminação ambiental e o
ruído que geraram os mais de 160 mil veículos que transitavam por ela
diariamente, o prefeito Lee Myung Bak lançou um plano para demoli-la e
construir um parque em seu lugar.
A proposta construída foir projetada por Kee Yeon Hwang, que
considerou a despoluição do canal e lhe devolveu seu papel como lugar de
encontro. Além disso, a recuperação este espaço público fez diminuir os
níveis de ruído e a temperatura do entorno. Pier Freeway, São Francisco
No início de 1980, em São Francisco, começou-se falar de um
plano para demolir a autoestrada California 480 com a ideia de se
construir em seu lugar um parque. No entanto, somente em 1991 a
autoestrada de dois andares foi demolida – após ter sido danificada pelo
terremoto de 1989. Estudos concluíram que reconstruir a autoestrada era
muito mais caro do que fazer um parque.
Atualmente o lugar tem uma das melhores vistas da baía de São
Francisco e conta com muitos quilômetros de passeios para pedestres e
ciclistas. Madrid Río, Madrid
No ano de 2000 foi iniciado o projeto Madrid Río, que buscava
recuperar a margem do rio Manzares. Tarefa difícil por conta dos trechos
da autopista M-30 que o atravessavam.
Como no local
havia diversas construções históricas, como a Puente de Segovia - a
ponte mais antiga da cidade -, a Ermita Virgen del Puerto e a Puente del
Rey, o projeto considerou sua recuperação para manter a história da
cidade em meio ao parque. Além disso, a Puerta del Rey, uma construção
datada do reinado de José Bonaparte, pôde enfim voltar a sua localização
original, já que havia sido deslocada durante a construção da
autoestrada.
Em 2011 o parque foi aberto, oferecendo aos cidadãos espaços
para prática esportiva, passeios e conhecimento a respeito da história
da cidade. Neste caso, a autoestrada não foi demolida completamente, mas
o trânsito dos veículos foi desviado por túneis subterrâneos. Park East Freeway, Milwaukee
Nos anos 60, um projeto previa que o centro da cidade fosse
cercado pela autoestrada Park East Freeway. No entanto, os moradores
próximos começaram a se opor, argumentando que o projeto causaria muito
ruído contaminação. Por este motivo, a autoestrada nunca foi terminada e
certas partes foram demolidas entre 1999 e 2002 para o desenvolvimento
do projeto Park East Corridor que, quando inaugurado, permitirá um livre
acesso do centro da cidade até o rio.
Em 2001 um terremoto danificou o viaduto da autoestrada
Alaska, em Seattle. Inicialmente pensou-se em reconstrui-lo, entretanto
optou-se por fazer um túnel subterrâneo com quatro pistas para que na
superfície o passeio Bahía Elliot se una com o resto da cidade através
de um novo espaço de pedestres. A inauguração do parque está prevista
para o próximo ano.
Via Plataforma Urbana. Tradução Arthur Stofella, ArchDaily Brasil
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