Dra.
Susan Yoshihara
NOVA IORQUE, EUA, agosto (C-Fam) Os
números demográficos mais recentes da ONU já foram publicados e
mostram rápido crescimento mundial, e uma desaceleração forte no crescimento
populacional que poderá levar à estabilização ou até mesmo queda de números
antes do final do século.
A população mundial está crescendo com mais lentidão do
que qualquer outro tempo desde que a ONU começou a coletar dados, caindo de um
aumento de 1,24% 10 anos atrás para 1,18% neste ano. Essa tendência é mundial,
inclusive uma diminuição forte na África.
Onde a população reprodutiva é pequena, tal como na Europa,
haverá pouco ou nenhum crescimento. A expectativa é que nenhum país europeu
reganhará uma taxa de fertilidade elevada o suficiente para substituir suas
populações que estão diminuindo. Mundialmente, 83 países mostraram fertilidade
abaixo do nível de substituição durante 2010-2015. Em 25 desses países, a
fertilidade estava “muito baixa,” abaixo de 1,5 crianças por mulher.
Em 2050, 48 países verão suas populações encolherem.
Metade do crescimento do mundo em 2050 virá de apenas 9 países: Índia, Nigéria,
Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, EUA, Indonésia e
Uganda.
Em particular, a população está crescendo porque as
pessoas estão vivendo mais. O aumento mais elevado em longevidade tem sido na
África, acrescentando 6 anos de duração média de vida durante os últimos anos.
Mundialmente, o aumento tem sido três anos. Mas crianças estão sobrevivendo até
seu quinto aniversário. A queda maior em mortalidade infantil veio da África.
Vidas mais longas e taxas de fertilidade em queda
trazem rápido envelhecimento mundial. Em 2050, todas as maiores regiões do
mundo, exceto a África, terão aproximadamente um quarto ou mais de suas
populações com 60 anos de idade ou mais.
“Países com um índice relativamente elevado de
populações trabalhadoras em relação a populações dependentes têm a
possibilidade de se beneficiar de um ‘dividendo demográfico,’ contanto que as
políticas apropriadas de mercado de trabalho e outras políticas permitam uma
absorção produtiva da população trabalhadora crescente e investimentos maiores
no capital humano de crianças e jovens,” o relatório aconselha.
Países africanos estão em vantagem com quase 13
trabalhadores para sustentar cada indivíduo dependente com idade de 64 anos ou
mais velhos. Em comparação, países asiáticos têm 8, a América Latina e o Caribe
7,6, a Oceania 4,8, a Europa e a América do Norte menos de 4 e o Japão menos de
2,1 trabalhadores por aposentado. Numa disparidade aparente dos dados, o
relatório insere um aviso aos africanos de que seus tamanhos de família
relativamente grandes dificultará a “erradicação da pobreza e desigualdade, o
combate à fome e desnutrição, a expansão da educação e matrícula e sistemas de
saúde” e a implementação da “agenda de desenvolvimento sustentável” e então
pede mais “saúde reprodutiva e planejamento familiar.”
Na China, onde quatro décadas de planejamento familiar
levaram a um elevado declínio da fertilidade, a população em idade de trabalho
começou a se contrair cinco anos atrás. O relatório da ONU mostra a Índia
ultrapassando a China em população em 2022, 6 anos mais cedo do que seus
últimos cálculos demográficos de 2013. Gordon Chang, especialista de política
externa, disse que embora Beijing tenha “já embolsado” seu dividendo
demográfico, o perfil demográfico da Índia está “mais perto do perfeito” e que
o desafio de Nova Déli é “acelerar os passos do caminho de seu povo ambicioso,
talentoso e inquieto, removendo as barreiras legais, institucionais,
burocráticas e sociais.”
Os demógrafos têm criticado a metodologia do relatório
porque suas projeções não explicam as circunstâncias específicas de cada país e
presume “convergência” de fertilidade.
Por exemplo, o Japão tem uma fertilidade de 1,3 filhos
por mulher, mas a ONU estima que aumentará para 1,81 em 2050, alcançando o
mesmo índice da Jamaica e Botsuana, sem explicar como essa virada sem
precedente poderá ocorrer. Projeta que a população mundial alcançará 8,5
bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e 11,2 bilhões em 2100. Diz que há uma
chance de 23 por cento de que a população se estabilizará ou começará a cair
antes de 2100.
Tradução:
Julio Severo
Fonte:
Friday
Fax
Divulgação:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
Quem
sustentará os idosos?
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