segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ONU Prevê Rápido Envelhecimento Mundial


Dra. Susan Yoshihara
NOVA IORQUE, EUA, agosto (C-Fam) Os números demográficos mais recentes da ONU já foram publicados e mostram rápido crescimento mundial, e uma desaceleração forte no crescimento populacional que poderá levar à estabilização ou até mesmo queda de números antes do final do século.
A população mundial está crescendo com mais lentidão do que qualquer outro tempo desde que a ONU começou a coletar dados, caindo de um aumento de 1,24% 10 anos atrás para 1,18% neste ano. Essa tendência é mundial, inclusive uma diminuição forte na África.
Onde a população reprodutiva é pequena, tal como na Europa, haverá pouco ou nenhum crescimento. A expectativa é que nenhum país europeu reganhará uma taxa de fertilidade elevada o suficiente para substituir suas populações que estão diminuindo. Mundialmente, 83 países mostraram fertilidade abaixo do nível de substituição durante 2010-2015. Em 25 desses países, a fertilidade estava “muito baixa,” abaixo de 1,5 crianças por mulher.
Em 2050, 48 países verão suas populações encolherem. Metade do crescimento do mundo em 2050 virá de apenas 9 países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, EUA, Indonésia e Uganda.
Em particular, a população está crescendo porque as pessoas estão vivendo mais. O aumento mais elevado em longevidade tem sido na África, acrescentando 6 anos de duração média de vida durante os últimos anos. Mundialmente, o aumento tem sido três anos. Mas crianças estão sobrevivendo até seu quinto aniversário. A queda maior em mortalidade infantil veio da África.
Vidas mais longas e taxas de fertilidade em queda trazem rápido envelhecimento mundial. Em 2050, todas as maiores regiões do mundo, exceto a África, terão aproximadamente um quarto ou mais de suas populações com 60 anos de idade ou mais.
“Países com um índice relativamente elevado de populações trabalhadoras em relação a populações dependentes têm a possibilidade de se beneficiar de um ‘dividendo demográfico,’ contanto que as políticas apropriadas de mercado de trabalho e outras políticas permitam uma absorção produtiva da população trabalhadora crescente e investimentos maiores no capital humano de crianças e jovens,” o relatório aconselha.
Países africanos estão em vantagem com quase 13 trabalhadores para sustentar cada indivíduo dependente com idade de 64 anos ou mais velhos. Em comparação, países asiáticos têm 8, a América Latina e o Caribe 7,6, a Oceania 4,8, a Europa e a América do Norte menos de 4 e o Japão menos de 2,1 trabalhadores por aposentado. Numa disparidade aparente dos dados, o relatório insere um aviso aos africanos de que seus tamanhos de família relativamente grandes dificultará a “erradicação da pobreza e desigualdade, o combate à fome e desnutrição, a expansão da educação e matrícula e sistemas de saúde” e a implementação da “agenda de desenvolvimento sustentável” e então pede mais “saúde reprodutiva e planejamento familiar.”
Na China, onde quatro décadas de planejamento familiar levaram a um elevado declínio da fertilidade, a população em idade de trabalho começou a se contrair cinco anos atrás. O relatório da ONU mostra a Índia ultrapassando a China em população em 2022, 6 anos mais cedo do que seus últimos cálculos demográficos de 2013. Gordon Chang, especialista de política externa, disse que embora Beijing tenha “já embolsado” seu dividendo demográfico, o perfil demográfico da Índia está “mais perto do perfeito” e que o desafio de Nova Déli é “acelerar os passos do caminho de seu povo ambicioso, talentoso e inquieto, removendo as barreiras legais, institucionais, burocráticas e sociais.”
Os demógrafos têm criticado a metodologia do relatório porque suas projeções não explicam as circunstâncias específicas de cada país e presume “convergência” de fertilidade.
Por exemplo, o Japão tem uma fertilidade de 1,3 filhos por mulher, mas a ONU estima que aumentará para 1,81 em 2050, alcançando o mesmo índice da Jamaica e Botsuana, sem explicar como essa virada sem precedente poderá ocorrer. Projeta que a população mundial alcançará 8,5 bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e 11,2 bilhões em 2100. Diz que há uma chance de 23 por cento de que a população se estabilizará ou começará a cair antes de 2100.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Divulgação: www.juliosevero.com
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