A situação
de Dilma está cada vez mais insustentável e, diante disso, as atenções
naturalmente se voltam a quem seria seu sucessor. E também é natural que
surjam pressões, hipóteses, sondagens etc. Tudo normal.
Mas a coisa
parece ir além do mero campo hipotético. Enumeramos 10 indícios (todos
fatos recentes) de que talvez o vive-Presidente já esteja fora do barco
governista:
1 – Saída da articulação política
Seu papel era fazer um meio-de-campo entre parlamentares e governo, representando este último. A fraqueza política de Dilma foi tamanha que seu próprio vice acabourenunciando a essa tarefa.2 – O Impeachment “combinado”
Reportagens dão conta que uma das chances fortes de Impeachment envolveria umacordo entre oposição e justamente o partido de Temer – e tais relatos não incluem sua contrariedade a isso.3 – Marta abraçada, Haddad largado
Principal “vitrine” do PT além da Presidência da República, e igualmente relevante quanto à competência de seus gestores, a Prefeitura de São Paulo também conta (contava?) com a parceria do PMDB de Temer (ele é paulista, comanda a sigla também regionamente). Acabou fechando com Marta Suplicy (que largou o PT aos xingos) eentregou os cargos municipais a Haddad.4 – Sai o PMDB inteiro
A revista Isto É divulgou recentemente o plano de desembarque de TODO o PMDB. O partido teria um projeto de poder concreto, não apenas hipótese a circular nos bastidores mais remotos.5 – Liderança junto ao empresariado
A interlocução do vice-Presidente com o empresariado vai além da relação com o aliadíssimo Paulo Skaf (presidente da FIESP). Quem de fato fala em nome do governo junto ao setor produtivo é ele, não Dilma. Ao fim e ao cabo, é também ele o líder que o empresariado procura.6 – O PT sabe (e tem medo) da força de Temer
Nada disso passa ao largo do radar petista. O partido tem plena noção de que a Presidente da República é muito mais fraca politicamente do que seu vice. E issopreocupa a legenda.7 – Montando seu próprio governo
Primeiro, a revista Isto É divulgou o que seria uma eventual “gestão Temer”. Nomes como Joaquim Barbosa e Ayres Britto aparecem nessa formação. Depois, coluna especulavam até mesmo composição com quadros e lideranças oposicionistas.8 – Contra a CPMF
O governo cometeu o vexame histórico de mandar o orçamento de 2016 já com “rombo” ao Congresso. Uma forma de atenuar isso seria recriar a CPMF (uma idiotice, é claro). E Temer se recusou a defender a recriação do tributo, dizendo que Dilma deveria ela própria fazer isso.9 – Não aceitou voltar à articulação de Dilma
Depois de todo esse histórico e o caminho inevitável do governo rumo ao brejo, a Presidente pediu que ele voltasse a fazer o tal meio-de-campo com os parlamentares. Voltar a ser o fiador de seu governo. Mas o pedido foi solenemente recusado.10 – A gota d’água: DILMA NÃO RESISTE
Em conversa com empresários, exatamente hoje, Michel Temer diz que é difícil Dilma resistir mais três anos com baixa popularidade. A frase, por si, já teria um efeito totalmente demolidor. Diante do histórico recente, então, é a goda d’água. E parece sugerir certa afinidade, ainda que intuitiva, no que seria/será uma equipe de governo. Justamnete Ayres Britto, hipoteticamente nomeado pelo também hipoteticamente futuro Presidente da República, disse algo muito muito muito parecido.
Enfim, os
sinais estão aí. E não são nada sutis. Esperamos que Michel Temer de
fato tenha um plano concreto para ser Presidente da República. Claro que
não existe “salvador da pátria”, mas o caso no Brasil é outro: estamos
com uma “arrasadora da pátria”, de modo que qualquer coisa já seria
menos pior.
05 de setembro de 2015
implicante
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