Dólar vai as alturas com preocupações com China e
quadro fiscal
Moeda já
está sendo comercializada a 4 reais nas casas de câmbio; Ibovespa registra perdas acima de 2%
O dólar
voltou a subir nesta terça-feira, chegando a ser cotado a 3,70 reais, pela
primeira vez desde 2002. A moeda americana reage à aversão ao risco no exterior
- com os dados frustrantes sobre a indústria na China e em outros países - e
também à deterioração fiscal evidenciada na proposta orçamentária entregue nesta
segunda-feira pelo governo Dilma ao Congresso. Às 16:15, o dólar avançava
1,86%, a 3,6945 reais na venda, após encerrar agosto com alta de 5,91% e
acumular no ano valorização de 36%. Na máxima do dia, a divisa norte-americana
alcançou 3,7040 reais, maior nível intradia desde 13 de dezembro de 2002
(3,7750 reais).
O setor
industrial da China
registrou, em agosto, uma queda maior que a prevista pelos analistas,
sinalizando contração da atividade, segundo o índice dos gerentes de compra
(PMI) oficial. Os PMIs da Índia e da Rússia também caíram consideravelmente no
mês passado. Com isso, as bolsas da Europa amargam o sinal negativo, assim como
os índices futuros em Nova York.
Segundo analistas, o ajuste externo reflete o crescente temor de que a desaceleração além do esperado da economia chinesa prejudique o crescimento global e reduza as perspectivas de inflação, o que poderia levar a um adiamento do início do ciclo de alta nos juros nos Estados Unidos.
Segundo analistas, o ajuste externo reflete o crescente temor de que a desaceleração além do esperado da economia chinesa prejudique o crescimento global e reduza as perspectivas de inflação, o que poderia levar a um adiamento do início do ciclo de alta nos juros nos Estados Unidos.
Na
segunda-feira, o dólar terminou cotado a 3,6271 reais na venda, alta de 1,17%. A alta foi motivada por
preocupações com a situação fiscal do país, após o governo prever um déficit de
30,5 bilhões de reais no Orçamento em 2016, o que representa 0,5% do PIB. A
expectativa de rombo reforça a frustração de agentes econômicos com a condução
do ajuste fiscal e agrava preocupações com a perda do grau de investimento do
país.
Em relatório intitulado "Admitindo a Derrota", a estrategista para a América Latina do grupo financeiro Jefferies, Siobhan Morden, afirmou que, ao admitir déficit primário para o ano que vem, o governo "completamente paralisa o processo de ajuste". Ela ressaltou ainda que eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo não seria mais uma surpresa tão grande quanto há alguns meses.
Turismo - Em algumas casas de câmbio o dólar turismo
ultrapassa os 4 reais. Nesta tarde, ele era oferecido a 4,05 reais no cartão
pré-pago na AGK Corretora, e a 4,14 reais, na mesma modalidade na Ourominas. Em
espécie, a moeda era comercializada a 3,87 reais na AGK e a 3,91 na Ourominas.
Nas casas de câmbio o dólar é mais caro, pois inclui cotação, impostos e taxas.
Bovespa - O Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores
de São Paulo (Bovespa), caía a 2,75% por volta das 16h06, puxado pelas ações da
Petrobras e da Gol. O indicador acompanha a queda nos mercados acionários no
exterior, onde o investidor foge dos ativos de risco de países emergentes. A
piora dos fundamentos econômicos do Brasil com a previsão de orçamento
deficitário e as incertezas no campo político também influenciam a bolsa.
Fonte: Revista VEJA
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