Sitiada no
palácio, Dilma fez uma gestão desastrada, mergulhando o país na
recessão, desempregando milhares de brasileiros. De fato, ela mudou o
Brasil - para pior, muito pior. Não à toa, também mereceu um boneco em
Brasília:
Em 6 de
setembro de 2011, Dilma Rousseff falava sorridente à nação, em seu
primeiro pronunciamento como presidente da República para celebrar o Dia
da Independência: "O mundo enfrenta os desafios de uma grave crise
econômica e cobra respostas novas para seus problemas. Os países ricos
se preparam para um longo período de estagnação ou até de recessão. Mas a
crise não nos ameaça fortemente, porque o Brasil mudou para melhor".
Quatro anos depois, Dilma abriu mão de discursar em rede nacional de
rádio e televisão por ocasião do Dia da Pátria: alvo de três grandes
protestos populares por sua saída e imersa em uma crise política sem
precedentes, a presidente está sitiada no Planalto. Sua desastrada
gestão da economia mergulhou o país na recessão, colocou em risco as
conquistas sociais das últimas décadas e, de fato, mudou o Brasil - para
pior.
Na
economia, o governo Dilma acumula recordes preocupantes: em doze meses, a
inflação acumulada chega a 9,56% (maior índice desde novembro de 2003).
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,9% no segundo trimestre
e a previsão é de deterioração na atividade econômica do país tanto em
2015 como em 2016. Analistas do mercado esperam uma queda no PIB de
2,26% ao fim deste ano e de 0,40% no próximo. Se confirmada a projeção
para 2015, este será o pior resultado do PIB em 25 anos - em 1990, a
economia brasileira encolheu 4,35%. Em um movimento inédito, o governo
apresentou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com previsão déficit
de 30,5 bilhões de reais. Foi a primeira vez que o documento trouxe uma
previsão de gastos maior que a de receitas. E pior: parlamentares dizem
que o déficit pode passar de 60 bilhões de reais.
Líder do
PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) afirma sobre a situação: "Não há
nada a comemorar, apenas a reafirmação da luta que o povo brasileiro
está travando contra a corrupção, a incompetência e a crise econômica
provocada pelo governo. É um dia de luta pela real independência do povo
para que o Brasil fique livre sobretudo da corrupção. A projeção é que
essa crise vai se estender enquanto a presidente Dilma estiver
conduzindo esse desgoverno. Mais um ano chegamos a um Sete de Setembro
sem ter o que celebrar".
A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3% no segundo trimestre,
maior patamar da série histórica iniciada em 2012, de acordo com a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. De janeiro a
julho, o país perdeu quase 500.000 vagas com carteira assinada - e
analistas não descartam que esse número dobre até o final de 2015. Sem
dinheiro, o governo foi obrigado a comprometer programas que serviram de
vitrine eleitoral para a presidente: repasses para o Pronatec foram
reduzidos - e atrasados -, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
perdeu quase 26 bilhões de reais e o Minha Casa, Minha Vida terá uma
redução de 30% nos investimentos em 2015.
Sem apoio
- Associada à derrocada econômica, está a grave crise política que
levou o fantasma doimpeachment de volta para o Planalto: Dilma amarga um
índice de aprovação inferior ao de inflaçãoe, como reconheceu o vice-presidente Michel Temer
em encontro com empresários na última quinta-feira, terá dificuldades
para se manter no poder pelos próximos três anos com tamanha rejeição.
"A situação é grave, o governo tem baixíssima popularidade, mais do que
isso, o governo hoje não tem uma base política sólida, por erros do
próprio governo", afirmou na sexta-feira o senador Romero Jucá
(PMDB-RR), sobre a postura do vice. "Ou o governo dá um cavalo de pau,
muda radicalmente, e consegue passar outro tipo de expectativa para
sociedade ou vai ter muita dificuldade"
A
presidente não perdeu apenas o apoio das ruas, mas também o do Congresso
e de seu partido. Antigo desafeto de Dilma, o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu oficialmente com o governo em julho. E
desde então tem aumentado a sequência de constrangimentos ao Planalto na
Casa. Até mesmo o sempre comedido Temer tem adotado uma postura de
independência em relação à petista: abandonou as Relações Institucionais
e criticou abertamente a desastrada articulação do Planalto para tentar
recriar a CPMF. Pemedebistas não descartam o rompimento oficial do
partido com o governo no congresso da legenda, em novembro. PTB e PDT já romperam com a aliança governista e anunciaram posição de independência. Juntas, as bancadas dos dois partidos têm 44 deputados
"Essa é
uma data em que a população vai se conscientizar de tanta incompetência e
corrupção no país. O 12º ano da era PT é a caracterização do caos
administrativo e da corrupção instalada em todos os níveis do governo. O
único alento que nós teremos acontecerá se as lideranças assumirem as
suas responsabilidades e promover uma antecipação da eleição no país. Do
contrário, são apenas frases soltas, como a do vice Michel Temer,
dizendo o óbvio sem apresentar nenhuma alternativa, mesmo vendo o
agravamento do quadro político, econômico e social", afirma o senador
Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM na Casa.
Protestos
- Diante do quadro, novamente uma parcela da população se prepara para
sair às ruas nesta segunda. Lideranças regionais do movimento Vem Pra
Rua pretendem realizar protestos no interior de São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília. Palco do desfile que receberá a presidente, a
capital federal deve ser o grande palco dos atos anti-Dilma neste
feriado. Um protesto diante do Museu da República já foi convocado por
movimentos anti-governo.
Embora
negue oficialmente preocupação com protestos nesta segunda-feira, o
governo tem monitorado as redes sociais para avaliar o risco de
manifestações contra a presidente - e dá como certo que Dilma ouvirá
vaias durante o desfile de Sete de Setembro. Para evitar maiores
protestos, a Esplanada dos Ministérios será fechada na altura da
Catedral de Brasília. A partir dali, não será possível seguir com
bandeiras, faixas ou bonecos - uma forma de evitar que o personagem Lula
Inflado, ou Pixuleko, divida com a presidente o protagonismo no
desfile. Como informou a coluna Radar, de Lauro Jardim, o tapume que
ficará perto do palanque das autoridades aumentou de tamanho: o governo
quer evitar que cartazes anti-Dilma sejam filmados pelas câmeras de TV.
(Veja.com).
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