Leiam o que Dora Kramer escreveu:
"Por um “pixuleco” de R$ 10 mil mensais pagos pelo dono do restaurante interessado em operar na Câmara, Severino Cavalcanti perdeu a presidência da Casa. A situação do deputado Eduardo Cunha é muito mais complicada.
Não porque mantenha contas em bancos suíços. Não é proibido depositar dinheiro no exterior. Qualquer pessoa pode abrir uma conta de maneira legal e transparente. Mas um parlamentar não pode mentir sem que o ato se configure quebra de decoro. E Eduardo Cunha mentiu na CPI da Petrobrás ao negar peremptoriamente a existência não de quatro, conforme apontam as investigações, mas de uma conta sequer.
Se nessas contas estiver depositado dinheiro de origem ilegal, configura-se um crime. Nada menos do que quatro delatores “premiados” afirmaram terem sido intermediários de pagamento de propina ao deputado Cunha. Quando da primeira denúncia, ele fez um escarcéu. Rompeu com o governo e atribuiu ao Planalto uma urdidura contra ele. Criava um factoide a fim de desviar a atenção sobre o fato.
E fato é que o presidente da Câmara perdeu a condição de presidir a Câmara. Mais não seja até a comprovação das acusações, porque mentiu. Mentira que levou à cassação de Luiz Estevão, no Senado, à renúncia de Renan Calheiros ao posto e à delegação ao ostracismo de figuras como Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho.
Quanto mais adiar a renúncia à presidência, mais o presidente da Câmara dos Deputados desgasta a instituição."
A verdade é simples.
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