Débora Álvares
Folha
Fiel escudeira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposição tem preferido o silêncio sobre as denúncias que pesam contra o peemedebista, temendo que manifestações contrárias a ele inviabilizem um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Cunha tem total controle sobre o andamento dos pedidos de afastamento da petista do cargo. Nesta semana, ele arquivou cinco dos 14 que estavam sob sua mesa e afirmou, nesta sexta-feira (2), que espera decidir sobre os demais nos próximos dias.
A oposição firmou, há semanas, um acordo velado com Cunha sobre o rito do impeachment. Para não arcar sozinho com o ônus político da decisão, ele rejeitaria o pedido do ex-petista Hélio Bicudo, chancelado pelos oposicionistas, que entrariam com um recurso ao plenário para o processo então seguir tramitando.
Criticar Cunha pelas denúncias, seria arriscar quebrar esse acordo, na avaliação feita ao longo dessa semana. Integrantes dos maiores partidos de oposição, contudo, afirmam estar “entre a cruz e a espada”.
SEM RENÚNCIA
“Se o abandonamos e apoiamos publicamente a renúncia da presidência ou a cassação do mandato dele, acabamos com qualquer possibilidade de impeachment, porque, a não ser que um oposicionista assumisse a presidência, o que é impossível ocorrer, nenhum outro parlamentar dará sequência ao impeachment”, afirmou um deles.
Os deputados, contudo, concordam que, frente à opinião pública, a postura de afastamento dos fatos pode ser vista com ressalvas e até como apoio.
“Não posso falar ‘em off’, como estou falando com você, com meu eleitor e explicar isso. Sei que ele quer o impeachment, mas ele não entenderia o processo que é complexo”, avaliou outro oposicionista.
CLIMA PESADO
As discussões sobre a situação de Cunha, que mesmo para os aliados próximos está “próxima do insustentável”, foram retomadas semana passada com as notícias de que o presidente da Câmara teria contas bancárias na Suíça em seu nome e de familiares.
Após a divulgação das informações, aliados afirmam que o “clima ficou pesado e Cunha tem andado preocupado”. Avaliam, ainda, que as próximas semanas devem ser “quentes” e os demais partidos devem começar a se posicionar com mais veemência.
Cunha nega as acusações. Em nota divulgada nesta sexta (1), Cunha reiterou afirmações que deu na CPI da Petrobras, em março, quando negou a existência de contas suas em outros países.
QUESTIONAMENTO
Essa semana, na quinta (1), durante sessão no plenário, Eduardo Cunha foi questionado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) sobre as denúncias. Virado de costas para o deputado, o presidente ignorou o discurso e não comentou o assunto, como tem feito quando questionado em entrevistas à imprensa.
Apesar do silêncio público da oposição, um grupo de 15 deputados de 5 partidos – PSOL, Rede, PSB, PT e PMDB – apresentou um requerimento na quinta com questionamentos formais à Cunha sobre as denúncias atribuídas a ele. Regimentalmente, não há prazos para a resposta ser dada, assim como o presidente não tem obrigação de fazê-la.
Folha
Fiel escudeira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a oposição tem preferido o silêncio sobre as denúncias que pesam contra o peemedebista, temendo que manifestações contrárias a ele inviabilizem um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Cunha tem total controle sobre o andamento dos pedidos de afastamento da petista do cargo. Nesta semana, ele arquivou cinco dos 14 que estavam sob sua mesa e afirmou, nesta sexta-feira (2), que espera decidir sobre os demais nos próximos dias.
A oposição firmou, há semanas, um acordo velado com Cunha sobre o rito do impeachment. Para não arcar sozinho com o ônus político da decisão, ele rejeitaria o pedido do ex-petista Hélio Bicudo, chancelado pelos oposicionistas, que entrariam com um recurso ao plenário para o processo então seguir tramitando.
Criticar Cunha pelas denúncias, seria arriscar quebrar esse acordo, na avaliação feita ao longo dessa semana. Integrantes dos maiores partidos de oposição, contudo, afirmam estar “entre a cruz e a espada”.
SEM RENÚNCIA
“Se o abandonamos e apoiamos publicamente a renúncia da presidência ou a cassação do mandato dele, acabamos com qualquer possibilidade de impeachment, porque, a não ser que um oposicionista assumisse a presidência, o que é impossível ocorrer, nenhum outro parlamentar dará sequência ao impeachment”, afirmou um deles.
Os deputados, contudo, concordam que, frente à opinião pública, a postura de afastamento dos fatos pode ser vista com ressalvas e até como apoio.
“Não posso falar ‘em off’, como estou falando com você, com meu eleitor e explicar isso. Sei que ele quer o impeachment, mas ele não entenderia o processo que é complexo”, avaliou outro oposicionista.
CLIMA PESADO
As discussões sobre a situação de Cunha, que mesmo para os aliados próximos está “próxima do insustentável”, foram retomadas semana passada com as notícias de que o presidente da Câmara teria contas bancárias na Suíça em seu nome e de familiares.
Após a divulgação das informações, aliados afirmam que o “clima ficou pesado e Cunha tem andado preocupado”. Avaliam, ainda, que as próximas semanas devem ser “quentes” e os demais partidos devem começar a se posicionar com mais veemência.
Cunha nega as acusações. Em nota divulgada nesta sexta (1), Cunha reiterou afirmações que deu na CPI da Petrobras, em março, quando negou a existência de contas suas em outros países.
QUESTIONAMENTO
Essa semana, na quinta (1), durante sessão no plenário, Eduardo Cunha foi questionado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) sobre as denúncias. Virado de costas para o deputado, o presidente ignorou o discurso e não comentou o assunto, como tem feito quando questionado em entrevistas à imprensa.
Apesar do silêncio público da oposição, um grupo de 15 deputados de 5 partidos – PSOL, Rede, PSB, PT e PMDB – apresentou um requerimento na quinta com questionamentos formais à Cunha sobre as denúncias atribuídas a ele. Regimentalmente, não há prazos para a resposta ser dada, assim como o presidente não tem obrigação de fazê-la.
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