Jorge Oliveira
Quando levanta voo do Brasil, o Aerodilma deixa um rastro de despesa tão grande que humilha até os maiores ricaços brasileiros que trafegam em seus aviões pelo mundo. O encontro em Paris é importante, não resta dúvida. Mas o Brasil, depois do desastre ambiental de Mariana e dos escândalos políticos, não pode se considerar representado por um chefe de estado rejeitado pelo seu povo. E mais: envolvida até o Gogol em corrupção.
Em um país em crise, que acabou de engaiolar o líder do governo e um de seus principais banqueiros, amigo do ex-presidente Lula, não deixa de ser estranho que a presidente se ausente de Brasília coincidentemente no final de semana de feriado prolongado. A Dilma, novamente, se encastela em bons hotéis e come em restaurantes que normalmente não frequentaria se tivesse que pagar a conta. A entourage também vai pegar uma carona e aproveitar para fazer compras – e quem sabe – dar uma passadinha na porta da Bataclan como se representasse o sentimento de todos os brasileiros à tragédia que matou dezenas de pessoas no fatídico dia 13, sexta-feira de novembro.
O contribuinte é que sustenta a mordomia da presidente que inventa conversa com chefes de estado para se ausentar do país. Você que viaja pelas companhias aéreas brasileiras e que já comeu aquele sanduiche frio ou o pacotinho de bolachas mofadas servido à bordo, veja: o serviço do avião presidencial custa por ano aos cofres públicos 2 milhões de reais. Isso mesmo, 2 milhões de reais! Um escárnio para um país que vive na pindaíba e que não consegue fechar as contas. Já foi mais. Em 2006, Lula chegou a gastar R$ 3,7 milhões. Agora que você mastigou a torradinha de botequim da TAM e ainda botou as mãos para o céu, veja se não é de dar água na boca o cardápio no Aerodilma.
O padrão é internacional: carnes variadas (coelho assado, costeleta de cordeiro, rã, pato, picanha e peixe). O café da manhã é uma bandeja de frutas, canapés e caviar; camarão ou salmão defumado. Dilma tem horror ao contato humano, por isso prefere hotéis luxuosos às embaixadas brasileiras. “Em junho, por exemplo, passou três dias numa suíte do St. Regis, em Nova Iorque, decorada por joalheiros da Tiffany. Depois passou um dia em São Francisco, Califórnia, no hotel Fairmont, cuja suíte principal tem um mapa estelar em folhas de ouro contra um céu de safira. O custo médio das diárias nos EUA foi de R$ 36 mil”, segundo relatou o jornalista José Casado em artigo para O Globo.
Casado escreveu ainda que “para servi-la e à comitiva foram contratados 19 limusines, 15 motoristas, dois ônibus e um caminhão para transportar bagagens. Custou R$ 360 mil. Em Atenas, na Grécia, em 2011, a presidente gastou R$ 244 mil numa “escala técnica” de 24 horas – mais de 10 mil por hora”. Isso quando não para em Portugal para comer um bacalhau no seu restaurante preferido em Lisboa. E você, que se lambuza com os cascalhos da torrada da TAM ou na rodoviária comendo aquela coxinha requentada, o que acha disso?
Pois é, a presidente encurtou na última hora a extensão da sua viagem. Para frustração da sua comitiva que iria às compras, ela desmarcou o passeio para o Japão e Vietnã, depois que descobriu que não teria nada importante para fazer nesses países.
O custo da presidência da república é um dos mais altos do mundo. Na última década foram gastos R$ 9,3 bilhões para manter vivo esse agrupamento burocrático de secretarias, órgãos e fundos que se mantém como ninho de ratos destroçando o dinheiro público.
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