Glauco Fonseca
O 'mau' necessário
Já começaram a propagar novamente a ideia-força de que o povo
nas ruas é que determinará o resultado do impeachment. Se a massa for às
ruas a favor do impeachment, Dilma cai. Do contrário, Dilma fica e de
lá não sai mais – aí sim – nem que a vaca tussa em latim. Sinto-me
ameaçado com esta ideia de ter de sair novamente às ruas pedindo o
impeachment de Dilma, correndo o risco de não ter a companhia de milhões
de meus modorrentos concidadãos.
O impedimento da presidente, a prisão de Lula e o afastamento do PT da política já foram exaustivamente solicitados por milhões de pessoas em mais de uma ocasião, sem nenhum resultado.
Os movimentos MBL, VPR e outros já fizeram de tudo: promoveram manifestações, caminhada à Brasília, acampamento. Alguns se algemaram ao redor de uma coluna no Congresso, outros chegaram a apelar para os militares, que querem distância do poder tanto quanto Lula de um livro. E nada de resultados práticos. Eis que surge no horizonte uma luz.
Meio difusa, é verdade, lusco-fusco, como diria minha avó. Mas eis o brilho de uma lanterna acesa, talvez com a energia gerada pelos movimentos citados, talvez pela eletricidade estática criada a partir de atritos violentos. A lanterna é conduzida pelo nosso Gru, o malvado favorito do Brasil, o chefe dos Minions, o nosso “mau” necessário, Eduardo Cosentino da Cunha.
Alguns vão me odiar pelo que vou dizer agora (entrem na fila...). Não foi Aécio nem Caiado, nem Serra nem Mendoncinha que decidiram encarar a bronca enorme que é protagonizar um processo que vise fazer desmontar a presidente da república. Não foram santos nem pais-de-santo, nem rezas ou promessas que estão fazendo a mágica acontecer. Não foi Malafaia, nem Valdemiro.
Não foi Ratinho, nem Silvio Santos, muito menos o Faustão. Não foi a Globo, a Record, Bandeirantes nem o SBT.
Quem decidiu encarar a bronca e levar adiante o impeachment foi o brasileiro com passagens pela Suíça e por Angola, que não tem contas secretas, mas as possui. Que não recebeu dinheiro, mas a ele simplesmente entregaram. Tal qual um chefe de tráfico de morro, que é bandido, mas que goza do prestígio de sua cidadela, igualzinho a um bicheiro, que é contraventor, mas ao mesmo tempo investe e incentiva a beleza de um carnaval, lá vem Cosentino aí, gente!
Eduardo Cunha, o nosso “mau” necessário, sabe que vai ser cassado. Ele é um Jean Valjean brasileiro e Janot é seu Javert. Ele não espera mais que alguém o perdoe por ter mentido ou por ter fortunas escusas pelo mundo. Eu mesmo não o perdoo. Eduardo Cunha, no entanto e a despeito de tudo que dele contam é – SIM – o segundo grande herói do Brasil (depois de Sérgio Moro).
O povo brasileiro ainda não se deu conta que Cunha foi o melhor presidente da Câmara em décadas. As razões são várias. Ele enfrentou o PT, acabou com o festim petista regado a cargos e óbolos, deu autonomia e irrigou a autoestima de 513 almas penadas e, por fim, mesmo castigado por tudo isto, ainda encontrou um resto de dignidade para peitar bandidos bem mais bandidos do que ele.
Cunha enfrentou o PT, colocou-o no seu devido lugar, não se submeteu como queriam Lula e Dilma. É culpado de cometer crimes? Algum maior do que a destruição da Petrobras? Algum que seja mais erosivo do que os rombos em quase todas as estatais e fundos de pensão?
Cunha é, sim, um mau político. Porém, lamentavelmente, foi um mau político que acabou com o mal maior que tomou conta de um país inteiro. Na falta dos bons políticos, que nada fizeram, a minha homenagem a Eduardo Cunha, que de bonzinho e reto não tem nada, mas é muito melhor ao país do que um Lula ou uma Dilma. Não foram poucos os momentos em que vacilamos e caímos na cantilena de que Cunha seria o responsável pelas mazelas do país. E nunca foi.
Por Cunha ter encaminhado o pedido de impeachment da pior presidente que um país poderia ter, por Cunha ter tido o peito de enfrentar a canalha nacional, por Cunha ter tido muito mais “cojones” do que mil Aécios, eu o saúdo e agradeço. Não o absolvo, não o perdoo.
Apenas reconheço e agradeço.
O impedimento da presidente, a prisão de Lula e o afastamento do PT da política já foram exaustivamente solicitados por milhões de pessoas em mais de uma ocasião, sem nenhum resultado.
Os movimentos MBL, VPR e outros já fizeram de tudo: promoveram manifestações, caminhada à Brasília, acampamento. Alguns se algemaram ao redor de uma coluna no Congresso, outros chegaram a apelar para os militares, que querem distância do poder tanto quanto Lula de um livro. E nada de resultados práticos. Eis que surge no horizonte uma luz.
Meio difusa, é verdade, lusco-fusco, como diria minha avó. Mas eis o brilho de uma lanterna acesa, talvez com a energia gerada pelos movimentos citados, talvez pela eletricidade estática criada a partir de atritos violentos. A lanterna é conduzida pelo nosso Gru, o malvado favorito do Brasil, o chefe dos Minions, o nosso “mau” necessário, Eduardo Cosentino da Cunha.
Alguns vão me odiar pelo que vou dizer agora (entrem na fila...). Não foi Aécio nem Caiado, nem Serra nem Mendoncinha que decidiram encarar a bronca enorme que é protagonizar um processo que vise fazer desmontar a presidente da república. Não foram santos nem pais-de-santo, nem rezas ou promessas que estão fazendo a mágica acontecer. Não foi Malafaia, nem Valdemiro.
Não foi Ratinho, nem Silvio Santos, muito menos o Faustão. Não foi a Globo, a Record, Bandeirantes nem o SBT.
Quem decidiu encarar a bronca e levar adiante o impeachment foi o brasileiro com passagens pela Suíça e por Angola, que não tem contas secretas, mas as possui. Que não recebeu dinheiro, mas a ele simplesmente entregaram. Tal qual um chefe de tráfico de morro, que é bandido, mas que goza do prestígio de sua cidadela, igualzinho a um bicheiro, que é contraventor, mas ao mesmo tempo investe e incentiva a beleza de um carnaval, lá vem Cosentino aí, gente!
Eduardo Cunha, o nosso “mau” necessário, sabe que vai ser cassado. Ele é um Jean Valjean brasileiro e Janot é seu Javert. Ele não espera mais que alguém o perdoe por ter mentido ou por ter fortunas escusas pelo mundo. Eu mesmo não o perdoo. Eduardo Cunha, no entanto e a despeito de tudo que dele contam é – SIM – o segundo grande herói do Brasil (depois de Sérgio Moro).
O povo brasileiro ainda não se deu conta que Cunha foi o melhor presidente da Câmara em décadas. As razões são várias. Ele enfrentou o PT, acabou com o festim petista regado a cargos e óbolos, deu autonomia e irrigou a autoestima de 513 almas penadas e, por fim, mesmo castigado por tudo isto, ainda encontrou um resto de dignidade para peitar bandidos bem mais bandidos do que ele.
Cunha enfrentou o PT, colocou-o no seu devido lugar, não se submeteu como queriam Lula e Dilma. É culpado de cometer crimes? Algum maior do que a destruição da Petrobras? Algum que seja mais erosivo do que os rombos em quase todas as estatais e fundos de pensão?
Cunha é, sim, um mau político. Porém, lamentavelmente, foi um mau político que acabou com o mal maior que tomou conta de um país inteiro. Na falta dos bons políticos, que nada fizeram, a minha homenagem a Eduardo Cunha, que de bonzinho e reto não tem nada, mas é muito melhor ao país do que um Lula ou uma Dilma. Não foram poucos os momentos em que vacilamos e caímos na cantilena de que Cunha seria o responsável pelas mazelas do país. E nunca foi.
Por Cunha ter encaminhado o pedido de impeachment da pior presidente que um país poderia ter, por Cunha ter tido o peito de enfrentar a canalha nacional, por Cunha ter tido muito mais “cojones” do que mil Aécios, eu o saúdo e agradeço. Não o absolvo, não o perdoo.
Apenas reconheço e agradeço.
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