Posted: 11 Dec 2015 01:46 AM PST
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Já
que Dilma Rousseff não pode processar Michel Temer por "abandono de
incapaz (conforme sugere piadinha maldosa que circula na internet), a
Presidenta fica sem alternativas para escapar dos processos políticos e
judiciais que pretendem tirá-la do mandato antes do tempo. Dilma tende a
sobreviver ao fim do ano, mas não tem saída: ou será impedida, ou terá
impugnada a chapa que a elegeu (com Temer) ou acabará forçada a
renunciar, como uma legítima "incapaz abandonada".
A
agonia de Dilma deve ultrapassar as férias de janeiro. Deve passar do
Carnaval, com previsão deu um fevereiro tenso. A partir de março, ou
Dilma é detonada, ou pede para sair, ou, então, como começa a corrida
eleitoral municipal, nada vai acontecer com ela. A Presidanta com cara
de Presimente permanecerá em seu trono. Apesar do desgaste dela, a
aposta de alguns assessores muito próximos é que ela deve resistir até
esperar que "a economia melhore um pouco". A avaliação é que a crise
econômica tem mais poder concreto de derrubá-la que as diversas manobras
políticas armadas pela suposta oposição.
Esse
jogo esquisito acaba sendo culpa da evidente judicialização da
política, prima da inevitável politização do judiciário. Quando se tem
integrantes do poder togado indicados por apadrinhamento ou tentativa de
aparelhamento pelo poder Executivo, não adianta ficar esperando que a
salvação venha com Justiça. A principal tendência é que prevaleçam os
"golpes ou contragolpes jurídicos. Neste caso, qualquer decisão fatal
depende menos do mérito do Direito e acaba muito mais influenciada pela
conveniência política e econômica do momento. É uma espécie de rentismo
político: só o importa o ganho imediato, e dane-se o futuro, que
pertence a Deus ou aos cidadãos (no caso, comparáveis a investidores
"minorotários"...
No
topo do Judiciário, já está claro um arranjo de agendas para que a
deliberação final sobre o ritual do eventual impeachment de Dilma
coincida com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral na decisão
derradeira sobre o processo de cassação da chapa Dilma-Temer. As duas
decisões vão depender dos acontecimentos e das pressões econômicas.
Grandes grupos querem que tudo se resolva depressa. A degradação da
economia brasileira, culpa aparente da irresponsabilidade de governança
dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, na verdade, é o
resultado desastroso da falência estrutural e conceitual do modelo
estatal capimunista-rentista praticado no Brasil.
Esse
é nosso drama maior. Lula, Dilma, Temer & companhia são
consequências de um sistema estatal que precisa ser mudado radicalmente.
Do contrário, o Brasil vai amargar um papel ainda mais subalterno na
periferia do capitalismo global. Por este motivo, precisamos ir muito
além de tirar a Dilma ou torcer pela desgraça do Lula. Temos de lutar
para mudar a concepção de Estado.
Isso
só vai acontecer se houver uma Intervenção Instituinte que implante uma
cultura de democrática de segurança do Direito, respeito consciente ao
império da Lei e pleno exercício de uma razão pública pelos cidadãos.
Isto depende de decisões corajosas agora, junto com um investimento na
formação cidadã e democrática dos jovens. A solução é no longo prazo.
Mas só vai se tornar realidade se as mudanças estruturais começarem
agora. Este é o nosso drama brasileiro - que adora adiar a efetiva
solução dos problemas, repetindo velhos erros e gerando novas confusões
insolúveis.
Marvada carne
Respeitando quem?
Ingratidão da Dilma
Barraco
Delcídio matador
Perto do acerto?
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