Reina a
balbúrdia no reino lulopetista, com todo mundo atirando às cegas ou
agarrando a primeira desculpa com que se depara para driblar a
incompetência congênita da etnia que destrói o país há mais de 12 anos.
Leiam artigo de Merval Pereira:
A
confusão é tamanha entre os petistas e seus aliados que eles deram agora
para comemorar crises internacionais como se elas confirmassem o que a
presidente Dilma mais gosta de dizer, que os problemas brasileiros são
causados pela má situação econômica e financeira do mundo.
Assim, a
crise das bolsas da China, que vai repercutir em toda a economia global e
principalmente nos países periféricos como o Brasil, está sendo quase
que comemorada pelos estrategistas petistas, esquecendo-se de que se
estamos nessa situação econômica delicada sem que os motivos externos
fossem os verdadeiros culpados, agora que existem realmente esses
problemas, a situação só tende a piorar.
Durou
pouco também a comemoração dos que viram no “Não” do plebiscito grego
uma rejeição ao programa de ajuste das contas públicas exigido pela
União Européia. O Primeiro-Ministro grego Alexis Tsipras deu um golpe
político nos radicais de seu próprio partido ( e nos torcedores de
outros cantos do mundo, inclusive brasileiros) e, vencedor do
plebiscito, mas sabedor que a vitória não lhe dava um mandato para sair
da zona do euro, apresentou proposta muito semelhante aos termos que a
Grécia rejeitara, e em alguns pontos mais dura ainda, na tentativa de
conseguir um socorro financeiro de € 53,5 bilhões durante três anos e
uma promessa de reestruturação da dívida.
Os
petistas e quejandos comemoraram o resultado do plebiscito grego como se
ele pudesse indicar que aqui também o povo deveria dizer não ao
programa de ajuste fiscal da presidente Dilma, que o ministro da Fazenda
Joaquim Levy tenta levar a bom termo. Lá como cá, no entanto, quem tem a
responsabilidade de governar sabe que não pode brincar com o
desequilíbrio fiscal, embora possa vencer eleições prometendo coisas que
não serão cumpridas.
Aqui,
Dilma venceu em 2014 vendendo um país que já não existia desde seu
primeiro mandato, mas que o governo petista sustentou às custas de
“pedaladas” fiscais e emissão de moeda que deu no que deu: inflação já
na casa de 2 dígitos em algumas regiões, crescimento negativo, juros na
estratosfera.
Na
Grécia, o Syriza, partido vencedor das eleições, chegou ao poder depois
de defender durante anos a rejeição ao programa de ajuste. Muitos
nefelibatas políticos, ou simples populistas na Grécia e em diversas
partes do mundo, inclusive no Brasil, viram a vitória do “Não” como uma
virada de mesa contra a União Européia, o que absolutamente não
acontecerá.
O ajuste
proposto pelo governo grego prevê corte de € 13 bilhões nos gastos
públicos através de elevação de impostos, fim de benefícios tarifários
para as ilhas gregas, reformas previdenciárias e privatizações, quando o
plano anterior previa cortes de até € 8 bilhões. O superávit primário
que tanta ojeriza causa aos nefelibatas petistas está lá presente no
plano grego: 1% este ano; 2% em 2016; 3% em 2017 e, finalmente, 3,5% em
2018.
A China,
cujos índices de ações recuaram mais de 30% nas últimas semanas, está
conseguindo controlar sua crise às custas da força bruta que lhe confere
o capitalismo de Estado. O impacto foi tão forte que autoridades
chinesas proibiram a venda de ações por grandes investidores, como
bancos e fundos de pensão, os mesmos que haviam recebido incentivos
governamentais para gerar o que acabou sendo uma bolha.
Os que
aqui no Brasil quase chegaram a comemorar a crise chinesa que vem ao
encontro de uma tese antiga da presidente Dilma, esquecem que ela
desborda para a economia real e nos atinge diretamente, e também aos
BRICS, reduzindo os preços de commodities como o petróleo,
desvalorizando nossas reservas, e prejudicando as exportações para a Russia,
e o minério de ferro, maior produto do comércio exterior do Brasil para
a China, derrubando nossa balança comercial.
A
situação é tão ridícula que, depois do “Não” grego, esses estrategistas
que vivem em outra dimensão chegaram a pensar que a Grécia poderia se
livrar da pressão de Ângela Merkel e da União Européia para ser ajudada
pelos BRICS, cujo novo Banco de Desenvolvimento poderia dar o apoio que a
Grécia não receberia dos organismos europeus e do Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Agora, vamos ter que lidar com uma crise verdadeira.
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