Alessandra Modzeleski
Colaboração para o UOL, em Brasília
Colaboração para o UOL, em Brasília
O desempenho no ano passado também mostrou uma forte desaceleração em comparação com 2014, quando foram geradas 421 mil vagas. No ano, o total de empregos com carteira assinada caiu 3,74% em relação a 2014.
Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social nesta quinta-feira (21).
Em 2015, quase todos os meses tiveram corte de vagas. Apenas em março o número foi positivo. Em dezembro, foram 596.208 vagas a menos.
O número de empregos cortados é o saldo, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período. No ano passado, foram 17,7 milhões de contratações e 19,2 milhões de demissões, resultando no corte de 1,5 milhão de vagas.
Total de trabalhadores com carteira caiu
O total de trabalhadores com carteira assinada no Brasil caiu para 39,663 milhões no final do ano passado, pior resultado desde 2012, quando foi de 39,646 milhões. Em 2014, o país tinha fechado o ano com 41,2 milhões de empregos.Ministro: ano foi difícil
"Nós tivemos um ano difícil em 2015", disse Rossetto. "Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas, mesmo que os números de 2015 sejam negativos."O ministro não deu um prazo para a recuperação do mercado de trabalho. "Nós trabalhamos para que possamos rapidamente modificar essa curva e retomarmos o dinamismo, mas não há como trabalhar com datas."
Só agropecuária criou vagas
Por setores, a agropecuária foi o único que teve saldo positivo de vagas de trabalho (9,8 mil). Os outros sete setores tiveram queda:- Indústria de transformação: -608.878
- Construção civil: -416.959
- Serviços: -276.054
- Comércio: -218.650
- Extrativa mineral: -14.039
- Administração pública: -9.238
- Serviços industriais de utilidade pública: -8.374
SP tem pior resultado
Todos os Estados e o Distrito Federal fecharam o ano com perda de vagas, São Paulo (-466,7 mil), Minas Gerais (-196,1 mil) e Rio de Janeiro (-183,7 mil) foram os que mais cortaramCom isso, o saldo também foi negativo em todas as regiões:
- Sudeste: -891.429
- Nordeste: -254.402
- Sul: -229.320
- Norte: -100.212
- Centro-Oeste: -67.008
Governo não tinha meta definida
Em 2014, o Brasil registrou a criação de 420.826 vagas de trabalho com carteira assinada. Esse dado considera o valor com ajuste, ou seja, com os dados entregues pelas empresas fora do prazo.No começo de 2015, a expectativa do governo era que o país continuasse a abrir vagas de trabalho com carteira assinada. Sem traçar uma meta, o então ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou na época: "Em 2015, como os prognósticos da economia são mais positivos que em 2014, acreditamos que vamos continuar gerando empregos."
IBGE faz pesquisa diferente
Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho consideram apenas os empregos com carteira assinada.Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com ou sem carteira.
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