25/01/2016 13h27
- Atualizado em
25/01/2016 13h27
Sob alta concentração de CO2, período pós-2000 foi anomalamente quente.
El Niño contribuiu em algumas ocasiões, mas não teria sido único culpado.
Cidades como o Rio exibiram temperaturas recordes (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O ano passado foi o mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, no século 19, e mostra uma tendência que quase todos os cientistas atribuem aos gases de efeito estufa oriundos da queima de combustíveis fósseis, provocando ondas de calor, secas, chuvas intensas e aumento do nível dos mares.
"É extremamente improvável que a sequência de temperaturas recordes observadas recentemente tenha ocorrido na ausência do aquecimento global causado pelo homem", escreveu uma equipe de especialistas liderada pelos Estados Unidos no periódico "Scientific Reports".
Elaborado antes de os dados sobre as temperaturas de 2015 serem divulgados, o documento estimou que a probabilidade de ocorrência da sequência recorde –que teve até 13 dos 15 anos mais quentes entre 2000 e 2014– seria de entre uma em 770 e uma em 10 mil se a série fosse aleatória e sem influência humana.
Seu principal autor, Michael Mann, climatologista da Universidade Estadual da Pensilvânia, afirmou que as simulações de computador do grupo indicaram que esta possibilidade, incluindo 2015, cresceu para uma em 1.250 e uma em 13 mil.
"A mudança climática é real, é causada pelo homem e não é mais sutil – estamos vendo-a se desenrolar diante de nossos olhos", afirmou. As variações naturais incluem mudanças na oscilação do sol ou erupções vulcânicas, que lançam partículas que bloqueiam luz solar.
O El Niño -- afloramento de águas quentes no Pacífico -- contribuiu para as altas temperaturas em alguns anos, mas também não é capaz de explicar os anos ultraquentes do período pós-2000.
"As variações climáticas naturais simplesmente não explicam os recordes globais de calor observados recentemente, mas o aquecimento global causado pelo homem sim", afirmou Stefan Rahmstorf, co-autor do Instituto Potsdam de Impacto Climático, em um comunicado.
No mês passado, quase 190 nações assinaram em Paris o acordo mais robusto já formulado para trocar os combustíveis fósseis por energias mais limpas, como a eólica e a solar, para deter o aquecimento global.
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