quinta-feira, 3 de março de 2016

Oceanos: mais plástico que peixes em 2050



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Oceanos: mais plástico que peixes em 2050

 

Caso você precise mais evidências sobre a extraordinária capacidade do ser humano em destruir o planeta, considere isso: se continuarmos na mesma toada, em 2050 os oceanos conterão mais plástico do que peixes.

 

Matéria publicada pelo site Huffingtonpost, em janeiro de 2016

 

A fonte é um novo relatório do World Economic Forum e da Ellen MacArthur Foundation, que começa com um dado dramático ao destacar que a mais confiável pesquisa, atualmente disponível, estima que atualmente haja mais de 150 milhões de toneladas de material plástico nos oceanos. Num cenário business-as-usual, o estudo indica que em 2025 os oceanos terão 1 tonelada de plástico, para cada 3 toneladas de peixes; para 2050 haverá mais plástico, que peixes (em toneladas)

Plástico: material ‘burro de carga’, onipresente na economia modera

 

Em outras palavras, em apenas 34 anos o lixo plástico dos oceanos vai ultrapassar o peso da quantidade de peixes! No estudo, o plástico é descrito como  o “material de burro de carga onipresente da economia moderna“. Pior  é o desperdício de substância que pode ser tão nociva ao meio ambiente. O estudo mostra que, depois de um ciclo de primeiro uso curto, 95 por cento do valor material de embalagem de plástico, ou US $ 80 bilhões a US $ 120 milhões por ano, é perdido para a economia.
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, imagem de um mar de plástico no mar
Preste atenção na imagem: há uma canoa em meio ao plástico (foto:opiniaoenoticia com br)

Oito toneladas de plástico por minuto nos oceanos

 

Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico- equivalentes a um caminhão de lixo por minuto- vazam para os oceanos de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, projeção mostrando a produção de plástico em 2014 e em 2050
Projeção da Ellen MacArtur Foundation

Ainda há esperanças?

 

O estudo, com 36 paginas, “The New Plastics Economy: Rethinking the future of plastics“, também oferece esperança. Através da concepção de novos materiais, e desenvolvimento de novas tecnologias, a pesquisa mostra que é possível erradicar resíduos de plástico
Atingir esta mudança sistêmica, diz a Ellen Mac Artur Foundation, vai  exigir maior colaboração” de empresas de bens de consumo,  fabricantes de plásticos, empresas envolvidas na recolha e reciclagem e formuladores de políticas públicas. Dominic Waughray, do Fórum Econômico Mundial, disse em um comunicado
Este relatório demonstra a importância de desencadear uma revolução no ecossistema industrial do plástico, e é um primeiro passo para mostrar como transformar a maneira como o material plástico se move através da nossa economia.

 

Reciclagem é o caminho (em países ricos)


Atualmente apenas 14% de todo o plástico produzido no mundo é reciclado, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, para efeito de comparação a taxa mundial de reciclagem para o papel é de 58%, enquanto a do ferro e do aço atingem de 70%, até 90% da produção mundial. Há, claramente, um espaço para a melhora.
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, imagem de mergulhador cercado por plástico
Foto: pensamentoverde.com.br

 

E nos países pobres de espírito, e de economia, tipo ‘Pátria Educadora’, como fica?


A matéria termina aqui então, pergunto, o cenário da melhora possível acima descrito, é viável  de ser imaginado em países que desperdiçam suas oportunidades, como o Brasil? Nosso atraso político, a avassaladora corrupção, a educação quase inexistente do país do ‘me engana que eu gosto’, me faz acreditar que não. Felizmente, em 2050, não estarei aqui para ver.

Repórteres do Mar

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