quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sema aponta ações contra risco ambiental frente à grilagem

 

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Cerrado já perdeu mais de 60% da sua área original. Secretário de Meio Ambiente comemora combate integrado à grilagem de terras


(Brasília, 30/3/2016) – O cerrado no Distrito Federal já perdeu mais de 60% da área original. Apesar disso, os incêndios criminosos (em áreas de loteamentos) e acidentais por queima de lixos em locais irregulares vêm aumentando. Intensifica-se, ainda, o assoreamento e a contaminação de lagos e rios e a impermeabilização do solo.


O quadro foi apresentado nessa terça-feira (29) pelo secretário de Meio Ambiente, André Lima, no 1º Seminário de Combate à Grilagem de Terras Públicas no DF. Segundo ele, essa situação só piora com as ações da grilagem.


O secretário afirmou que a ocupação de áreas de risco ambiental e o aquecimento climático também são prejudiciais para o desenvolvimento sustentável. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema-DF) trabalha para desenvolver soluções para esses desafios.
Ao informar que a Sema coordena o desenvolvimento do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) no governo, salientou que esse programa garante que medidas e diretrizes de proteção e uso sustentável dos recursos naturais, específicas para cada unidade territorial, sejam estabelecidas com clareza para a gestão do território. 


O Sistema de Informações Ambientais - em fase de desenvolvimento - será base para a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e fortalecerá o processo de licenciamento ambiental, informou. A lei prevê que os indicadores ambientais estabelecidos pelo sistema orientarão as políticas setoriais, em especial as de uso e ocupação de solo, as ambientais, as econômicas, as sanitárias, as habitacionais e as educacionais.


André apontou também a ação da secretaria com os órgãos do governo de Brasília para o cumprimento das metas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatório para todos os imóveis rurais. Com ele, é possível preparar uma base de dados para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento, além do planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais no DF.


A implantação e consolidação das estruturas dos parques e unidades de conservação, com o programa Brasília nos Parques, pretende levar ações de órgãos do Executivo e promover a participação das comunidades nessas áreas, apontou o secretário. Lima mencionou ainda a articulação da Sema no Comitê de Governança Territorial do DF, criado em 2015 e que garante a ocupação ordenada e o desenvolvimento planejado do território.


Integração
A grilagem deve ser combatida de forma integrada, defendeu o secretário. “Esse problema é da sociedade como um todo, do governo como um todo”, assinalou. A ocupação irregular do solo de Brasília causa danos nas áreas ambientais, sociais, econômicas, políticas, culturais, éticas e estéticas, alertou.

A diretora-presidente da Agência de Fiscalização (Agefis), Bruna Pinheiro, anunciou a decisão do Comitê de Governança do Território de adotar cinco medidas para coibir a invasão de terras na capital.  “As cinco medidas demonstram a coordenação dentro do governo com vários órgãos responsáveis por ações integradas para estancar a grilagem de terras em Brasília”, avaliou o secretário do Meio Ambiente.

“As medidas são inovadoras e ousadas e demonstram a coragem e a vontade do governo de enfrentar a grilagem de terras porque isso é uma prioridade para melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou o secretário. "As medidas", complementou, "transcendem as ações de mera demolição e colocam as denúncias de grilagem ao alcance do cidadão".


Conheça as ações que reforçarão o combate à ocupação irregular do solo:

Garantir acesso à informação:

Mapas digitais foram desenvolvidos pela equipe da Agefis e estão disponíveis no site da autarquia desde ontem. Neles, estão sinalizadas nas imagens das áreas prioritárias as poligonais de regularização do (PDOT) e aquelas alvo de grileiros — geralmente terrenos públicos próximos a terras em processo ou passíveis de regularização.

Definir critérios:
A Agefis elaborou um documento técnico com padrões de atuação dos fiscais. A Matriz Multicriterial de Impacto Territorial define os critérios para ações em áreas específicas. São considerados aspectos urbanísticos (áreas rural ou urbana), ambientais (proximidade a mananciais ou a parques urbanos), fundiários (terrenos particular ou privado) e sociais (locais de vulnerabilidade).

Facilitar as denúncias:
Um aplicativo permitirá ao público denunciar em tempo real irregularidades na ocupação do solo. Por meio de formulário, o cidadão poderá passar informações como o tipo da área (comercial ou residencial), a quantidade de construções em fase inicial e a existência de ruas abertas para acesso. Também será possível enviar fotos e salvar denúncias para envio posterior, pois o aplicativo só funciona com internet. A previsão é que ele seja liberado para uso da população em celulares e tablets a partir de junho.

Monitorar por imagens de satélite:
Em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), a Agefis terá acesso a imagens de satélite atualizadas a cada 15 dias. O produto permite que o monitoramento de áreas sob risco de grilagem e a identificação de qualquer mudança, como a construção de edificações e desmatamento, seja intensificado. "Isso representa menos operações em larga escala e, consequentemente, menos impacto político e social", reforça a diretora-presidente da Agefis.


Aumentar integração entre equipes:
Para garantir a investigação das denúncias e a eficácia da divulgação dos mapas e das informações dos satélites, há uma maior integração entre as equipes da Agefis, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Polícia Militar. Segundo Bruna Pinheiro, a comunicação entre os órgãos está mais eficaz, e a agenda de operações está constante e integrada.


Com informações da Agência Brasília


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Foto: Marcos Ramalho (Sema-DF)
 

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