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Cinco medidas de combate à invasão de terras foram apresentadas nesta terça-feira (29) durante abertura de seminário. Rodrigo Rollemberg participou da cerimônia no Memorial JK
O
combate à grilagem, ao parcelamento irregular e a qualquer outro tipo
de ocupação ilegal de áreas públicas no Distrito Federal ganha reforço.
Na manhã desta terça-feira (29), o Comitê de Governança do Território do
DF anunciou cinco medidas que servirão de ferramenta para coibir a
cultura de invasão de terras na capital do País. O colegiado foi criado
em 2015 e tem a participação de vários órgãos do governo local.
O
conjunto de ações foi apresentado durante o 1º Seminário de Combate à
Grilagem de Terras Públicas no DF, organizado para que o impacto do
crime de grilagem seja discutido nos aspectos político, econômico,
ambiental e social. A iniciativa foi da Agência de Fiscalização do
Distrito Federal (Agefis) e teve o apoio do Comitê de Governança do
Território do DF. A intenção é que o evento que ocorre hoje até as 17
horas seja realizado com frequência para acompanhar os avanços e os
possíveis retrocessos na área de controle do território. "O maior desvio
que temos na cidade é o de terra", atestou a diretora-presidente da
Agefis, Bruna Pinheiro, responsável pela apresentação das medidas aos
participantes do evento no Memorial JK.
O
governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, participou da cerimônia de
abertura do seminário, quando foram anunciadas as medidas que envolvem
acompanhamento das áreas por imagens de satélites e criação de
aplicativo para celulares e tablets que facilitarão a denúncia de
invasão de terras públicas. Ele agradeceu aos envolvidos e disse que as
ações expressam o compromisso da gestão com a cidade e com as próximas
gerações. "Não faremos vista grossa. Seremos rigorosos no cumprimento
das leis e no controle da ocupação do solo", garantiu.
Seminário
Até o fim da tarde desta terça-feira, autoridades, servidores e membros da sociedade inscritos no seminário promovido pela Agefis debatem o uso e a ocupação do solo no DF. Na programação, há seis palestras temáticas ministradas por titulares de órgãos do governo de Brasília.
Até o fim da tarde desta terça-feira, autoridades, servidores e membros da sociedade inscritos no seminário promovido pela Agefis debatem o uso e a ocupação do solo no DF. Na programação, há seis palestras temáticas ministradas por titulares de órgãos do governo de Brasília.
O
presidente da Terracap, Júlio César de Azevedo Reis, apresenta o
panorama histórico da ocupação desordenada do solo no DF e a projeção
para os próximos 30 anos. O comprometimento da segurança hídrica da
unidade da Federação será debatido pelo secretário do Meio Ambiente,
André Lima. A pasta da Segurança Pública e da Paz Social traz o olhar
sobre a situação de risco social associada ao fenômeno da grilagem por
meio de palestra da secretária Márcia de Alencar Araújo.
O diretor-geral
da Polícia Civil, Eric Seba, discorre sobre a atuação da corporação na
investigação de crimes relacionados ao tema. Já o comandante-geral da
Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, explica a
relação entre os índices de criminalidade e a ocupação irregular do
solo. Fecha a programação a palestra Grilagem de Terras: uma Questão de
Demanda Social ou Especulação Imobiliária?, ministrada pelo secretário
de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade.
ComitêCriado pelo Decreto nº 36.694, de 25 de agosto de 2015,
o Comitê de Governança do Território do DF é formado por representantes
da Casa Civil, da Polícia Militar, da Terracap, da Agefis, do Ibram, da
Procuradoria-Geral do DF e das Secretarias de Gestão do Território e
Habitação, da Segurança Pública e da Paz Social, da Agricultura,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural e do Meio Ambiente.
Conheça as ações que reforçarão o combate ao uso irregular do solo:
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Garantir acesso à informaçãoMapas digitais foram desenvolvidos pela equipe da Agefis e estão disponíveis no site da autarquia a partir de hoje. Neles, estão sinalizadas nas imagens das áreas prioritárias as poligonais de regularização do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e aquelas alvo de grileiros — geralmente terrenos públicos próximos a terras em processo ou passíveis de regularização.Para diretora-presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, a medida é fundamental para democratizar as informações e evitar que a população seja enganada pela ação de criminosos. "A invasão de área pública é um problema de todos, não apenas de quem compra ou vende lotes irregulares", disse. "Queremos frear o crescimento desordenado da ocupação irregular do solo com transparência e informação."
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Definir critériosA Agefis elaborou um documento técnico com padrões de atuação dos fiscais. Definida por Bruna como um dos maiores legados da gestão para a autarquia, a Matriz Multicriterial de Impacto Territorial define os critérios para ações em áreas específicas. São considerados aspectos urbanísticos (áreas rural ou urbana), ambientais (proximidade a mananciais ou a parques urbanos), fundiários (terrenos particular ou privado) e sociais (locais de vulnerabilidade)."A matriz elimina o caráter discricionário das operações e isenta os órgãos envolvidos de referências equivocadas, o que é fundamental para garantir a credibilidade do trabalho", afirmou Bruna. Além disso, ela destacou que o documento será enviado à Controladoria-Geral do DF, que ficará responsável por auditar a autarquia e garantir o cumprimento dos padrões.
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Facilitar as denúnciasCinco desenvolvedores da área de tecnologia da informação (três da Casa Civil e dois da Agefis) criaram um aplicativo que permitirá ao público denunciar em tempo real irregularidades referentes à ocupação do solo. Por meio de formulário simples, o cidadão poderá passar informações como o tipo da área em questão (comercial ou residencial), a quantidade de construções em fase inicial e a existência de ruas abertas para acesso. Também será possível enviar fotos e salvar denúncias para envio posterior, pois o aplicativo só funciona se a plataforma estiver conectada à internet.A ferramenta estará disponível para os integrantes do Comitê de Governança do Território do DF em abril. Em maio, todos os órgãos, empresas e autarquias da administração pública terão acesso ao utilitário. A previsão é que ele seja liberado para uso da população em celulares e tablets a partir de junho.
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Monitorar por imagens de satéliteEm parceria com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), a Agefis terá acesso a imagens de satélite atualizadas a cada 15 dias. O produto permite que o monitoramento de áreas sob risco de grilagem e a identificação de qualquer mudança, como a construção de edificações e desmatamento, seja intensificado. "Isso representa menos operações em larga escala e, consequentemente, menos impacto político e social", reforça a diretora-presidente da Agefis.O contrato para aquisição das imagens foi assinado entre a Terracap e a empresa francesa Hipparkhos Geotecnologia, Sistemas e Aerolevantamentos Ltda. em 5 de fevereiro no valor anual de R$ 994.406,40. Desde então, a companhia tem acesso a imagens óticas orbitais programadas e dimensionadas em quilômetros quadrados com a cobertura total e parcial do DF e do Entorno.Como a Terracap e a Agefis haviam assinado termo de cooperação técnica em 11 de novembro de 2015 para reforçar ações de prevenção e de erradicação de invasões, a agência de fiscalização poderá usar as informações obtidas por satélite.
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Aumentar integração entre equipesPara garantir a investigação das denúncias e a eficácia da divulgação dos mapas e das informações dos satélites, há uma maior integração entre as equipes da Agefis, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Polícia Militar. Segundo Bruna Pinheiro, a comunicação entre os órgãos está mais eficaz, e a agenda de operações está constante e integrada.
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