Retrocesso: Religiosos judeus voltam a fazer sacrifícios de animais após 2.000 anos
“Ensaio profético” da Páscoa contou com a presença de 400 pessoas.O Templo judeu foi totalmente destruído pelo exército romano no ano 70. Desde então, os judeus cessaram os sacrifícios de animais. Embora a tradição continue entre os samaritanos, o sangue é derramado no monte Gerizim e não segue estritamente a tradição bíblica.
Em 2016, pela primeira vez em quase dois milênios, cordeiros de um ano foram sacrificados ao ar livre por homens que reúnem as condições de serem os novos levitas e sacerdotes.
Ainda que o Terceiro Templo não esteja de pé, os membros do Instituto do Templo conseguiram reunir cerca de 400 convidados para uma “cerimônia modelo”, no alto do Monte das Oliveiras.
Entre os convidados estavam líderes políticos e religiosos, que expressaram sua esperança que as mesquitas em breve sejam removidas do alto do Monte do Templo.
O político Arieh King afirmou esperar que Jerusalém logo esteja livre do que ele chamou de “abominação”. Ao mesmo tempo, o rabino Yisrael Ariel, um dos líderes do Instituto do Templo explica que o evento foi uma “preparação” para quando o monte Moriá for “limpo e consagrado” e o templo, reconstruído.
A cerimônia realizada na segunda (18) seguiu vários rituais antigos prescritos pela lei da Torá e judeus, incluindo o abate de um cordeiro pelos sacerdotes Cohanim (descendentes de Arão), a aspersão do sangue, a queima de gorduras e outras partes do cordeiro em um altar. Tudo ao som de trombetas de prata sopradas pelos levitas. O local do abate cerimonial foi a yeshiva Beit Orot, de onde se pode ver todo o Monte do Templo.
Segundo o calendário judaico, que é lunar e segue os tempos estabelecidos por Deus no Antigo Testamento, a Páscoa (Festa de Pêssach) começa ao pôr do sol desta sexta, 22 de abril e vai até o anoitecer de sábado, dia 30.
O rabino Ariel, que leu passagens do Talmude relativos ao Monte do Templo explicou que trata-se de mais um ensaio para que, quando as cerimônias forem retomadas no novo Templo, esteja tudo pronto.
Os organizadores do evento dizem que desejavam oferecer uma autêntica experiência judaica “com os cheiros, sons e cores que foram perdidos para nós nestes 2000 anos”. O objetivo final era “despertar no povo um desejo de renovar este ritual do Templo em nossos dias”.
O rabino Shmuel Eliyahu, importante líder judeu, salientou que “todos os judeus praticantes, vem rezando por isso três vezes ao dia durante os últimos 2.000 anos”. Ele estava feliz por ver as orações cantadas com acompanhamento musical após o abate do animal, enquanto os Cohanim usavam as peças cerimoniais que já estão prontas para serem utilizadas em breve no Templo.
Renovando a esperança
Esta é a segunda demonstração de como funcionam os sacrifícios feita este ano. No início de março, três membros do Sinédrio abriram as comemorações da chegada de mês bíblico de Adar, acompanhado de uma reconstituição do serviço do Templo.
Essa verdadeira aula de Antigo Testamento visa mais que lembrar um costume. Mostra o quanto os preparativos para o novo Templo são reais. Ao exibir tudo em público, ele também ajuda a acostumar os moradores de Jerusalém com a ideia de já existir uma nova classe sacerdotal.
Nos últimos anos, outros grupos judeus ortodoxos realizaram sacrifícios em frente ao Monte do Templo, em Jerusalém, tentando seguir o ritual descrito nos Livros de Moisés, mas não tão detalhadamente quanto o Instituto do Templo. Eles chamam isso de “ensaio profético”.
Para evitar conflitos com os muçulmanos, o governo de Israel não tem estimulado a prática e já prendeu ativistas que tentavam fazê-lo. Com informações de Israel National News e Jerusalém Post.
Nota do Olhar Animal: Esta prática é tão inaceitável quanto o abate de animais pelo candomblé ou por qualquer outra religião. Aliás, todas as maiores religiões praticaram o sacrifício de animais (humanos e/ou não humanos) em algum momento de sua história, como indica o artigo Sacrifício de animais. Em reação à demanda pelo fim dos sacrifícios, os religiosos se defendem sob o lamentavelmente eficaz argumento da "perseguição religiosa". Pior, parte do movimento de proteção animal engole a isca, transferindo para os animais responsabilidades e culpas humanas históricas, pessoas movidas talvez também pelo temor das consequências pessoais de uma eventual ira religiosa. Alguns fazem isso escondendo-se atrás da postura do "tudo ou nada", ou seja, ou se age simultaneamente pela mudança das práticas ritualísticas de todas as religiões ou não se age pela mudança de ritual algum. Os defensores dos animais esquivam-se, assim, de um posicionamento em favor dos animais que melindraria os seguidores daquela determinada religião. Curioso é que a argumentação do "tudo ou nada" têm sido um artifício dos exploradores de animais em outras áreas (experimentação animal, rodeios, farra do boi, etc.) para não alterarem suas práticas e, nestes outros casos, tal alegação é repudiada pelo movimento animalista. Já em relação aos rituais, uma falsa busca por isonomia de tratamento dado às religiões acaba penalizando os animais. A isonomia que verdadeiramente falta é na abordagem dos temas animais pelos ativistas, que acabam cedendo à tese de que é relevante a finalidade e o contexto em que os animais são explorados e não que a exploração em si é um problema. Não faltam motivações abstratas às quais se agarrarem para fugir das pressões sociais e do inequívoco dever moral de defender incondicionalmente os interesses dos animais diante de qualquer ameaça a eles. Mas o sofrimento e morte dos animais não são nada abstratos.
Comentário
A prova é que são animais de estimação fica evidente com a confiança com que se aninham no colo de seus donos.
Anônimo
Nenhum comentário:
Postar um comentário