terça-feira, 26 de julho de 2016
A região de Altamira, onde a usina de Belo Monte está sendo construída, apresentou as maiores taxas de desmatamento.
Um estudo feito pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia), divulgado na última sexta-feira (22), traz dados preocupantes
em relação ao desmatamento na floresta Amazônica. Segundo o órgão, a
região perdeu 972 km2 de áreas florestadas apenas em junho de 2016.
Esse número representa um aumento de 97% em relação ao desmatamento
registrado no mesmo período de 2015. No entanto, o cenário só não é pior
porque os especialistas explicaram que por meses a região esteva
coberta por nuvens, o que dificultou a precisão nos dados, já que as
estatísticas do Imazon são feitas por imagens de satélite. Como em junho
o céu estava limpo, o monitoramento foi muito mais preciso.
A região de Altamira, onde a hidrelétrica de Belo Monte está sendo
construída, apresentou as maiores taxas de desmatamento, colaborando
para que o estado do Pará fosse, sozinho, responsável por 50% do total
de desmatamento. Amazonas, Mato Grosso e Rondônia são os outros três
estados que concentraram altos níveis de destruição das florestas.
Uma das maiores preocupações dos especialistas é com o El Niño. Em
entrevista à Época o pesquisador do Imazon e um dos autores do estudo,
Adalberto Veríssimo, falou sobre o assunto. “Já tivemos aumentos maiores
no passado recente. É preocupante, mas não é estratosférico. O que
preocupa é o fato de estarmos vivendo um El Niño muito forte na região
e, portanto, o desmatamento poderá aumentar muito nos próximos meses. Há
muitas florestas degradadas que ficam vulneráveis ao fogo nessa época
do ano”, explicou.
Segundo o especialista, o auge do problema pode ocorrer entre os meses
de agosto e outubro. Quando a região está muito quente, seca e, assim,
mais suscetível ao fogo.
Fonte: Ciclo Vivo
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