quinta-feira, 28 de julho de 2016

O ser humano é naturalmente herbívoro, carnívoro ou onívoro? Leia os argumentos e decida você mesmo!


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Muita gente tem dúvida se o ser humano não está indo contra natureza comendo carnes. Algumas pessoas adeptas ao vegetarianismo até dizem que nosso corpo não precisa da proteína das carnes para viver com saúde.

De acordo com Richard Corliss em um texto publicado na Revista Time Americana, para milhões de vegetarianos, carne significa morte; vitela invoca visões de infanticídio. Muitas crianças, que cresceram assistindo sucessos como “Babe -O Porquinho Atrapalhado” e “Fuga das Galinhas”, evitam comer seus heróis cinematográficos e adotam o que os detratores da carne chamam de “dieta não-violenta”. O vegetarianismo resolve uma guerra interior da pessoa consciente, fornecendo um complexo comestível de boa ação: ser vegetariano é ser mais humano.


Mas se formos deixar os argumentos de lado, nos vimos à frente de uma realidade: ainda há muito o que decidir sobre qual dessas categorias o ser humano melhor se adequa.

O ser humano é herbívoro?

Comparando a anatomia de carnívoros com a nossa própria anatomia, fica mais do que claro que nós não fomos feitos para comer carne. Dentes, unhas e estrutura da mandíbula indicam que a natureza desejou que os seres humanos se alimentassem de uma dieta baseada em plantas. Os humanos têm unhas muito menores e menos agressivas do que os animais carnívoros e dentes “caninos” insignificantes. Em contraste, os carnívoros compartilham de garras afiadas e dentes caninos grandes capazes de cortar carne.


Além disso, as mandíbulas dos carnívoros movem-se somente de baixo para cima, o que faz com que eles cortem grandes pedaços de carne de sua presa e a engulam por inteiro. Humanos, assim como os animais herbívoros conseguem mover suas mandíbulas para cima e para baixo e também de um lado para o outro, um movimento que os permite a mastigação de comidas fibrosas e plantas.


Evidências de nossa natureza herbívora também é encontrada no tamanho de nossos intestinos. Carnívoros têm um sistema intestinal e cólon que permitem a passagem da carne de forma relativamente rápida, antes que a carne tenha alguma chance de apodrecer e causar doenças.


Humanos, por outro lado, têm sistema intestinal muito mais longo que dos carnívoros. Assim como outros herbívoros, intestinos longos permitem que o corpo leve mais tempo para “quebrar” fibras e absorver os nutrientes de uma dieta de um não carnívoro. O longo sistema intestinal humano na verdade é um fato de alto risco para aqueles que comem carne.


Comparando a nossa anatomia fica ilustrado o fato de que o corpo humano foi construído para se basear em uma dieta vegetariana. Humanos não têm absolutamente nenhuma das características distintas anatômicas que os carnívoros ou até mesmo onívoros naturais têm.


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O ser humano é carnívoro?

Anatomicamente, o ser humano não possui as características definitivas presentes em animais carnívoros.  No entanto, há quem defenda que nossa dentição está sim preparada para preparar a carne para digestão, como a presença de caninos que atuam juntamente com os incisivos para rasgar a carne. Além disso, há um forte argumento de que o organismo humano é incapaz de digerir celulose e por isso, jamais poderia exercer uma alimentação exclusivamente herbívora.


Por esta razão, a celulose passa pelo sistema digestivo sem ser digerida nem absorvida. As vacas, e outros ruminantes, também não podem sintetizar celulase, no entanto, eles contam com a ajuda de bactérias, protozoários e fungos presentes nos pré-estômagos, com quem vivem numa relação de simbiose. Então, se não temos o rúmen, não há como digerir celulose, mesmo!


No passado, os seres humanos se alimentavam como chimpanzés que, além de plantas, cata insetos, lagartos e roedores. Mas há 2,5 milhões de anos nossa dieta mudou. Começamos a fabricar instrumentos de pedra e as novas armas permitiram que incluíssemos no cardápio a carne de grandes mamíferos. Assim, nossa ingestão de proteína animal aumentou demais. O aumento súbito de proteína na dieta permitiu que nosso corpo investisse mais recursos no sistema nervoso. Hoje, de 30% a 40% de tudo o que comemos vira combustível para fazer o cérebro funcionar. Sem o aumento na ingestão de carne, segundo especialistas, isso jamais seria possível.



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O ser humano é onívoro?

Atualmente, o ser humano tem sido classificado como onívoro. Os onívoros possuem capacidade para metabolização de diferentes classes de alimentos, tendo assim uma dieta alimentar menos restrita que a dos carnívoros ou herbívoros. Os seres humanos, assim como os onívoros comprovados, têm dentes caninos menos desenvolvidos que os carnívoros e os incisivos e molares menos complexos que os herbívoros. Utilizam mecanismos diferentes para as funções de absorção e digestão, sendo na sua maioria oportunistas capazes de consumir — e consomem — produtos de origem animal e vegetal, assegurando assim uma boa saúde a longo prazo, assim como boa fertilidade.


Uma PESQUISA  realizada na Universidade Washington em Saint Louis liderada pelo pesquisador Jeffrey I. Gordon indicou que a prova de que somos onívoros está na nossa flora intestinal. Ele comparou a flora intestinal típica dos seres humanos com a de 60 outras espécies de mamíferos.  O que os cientistas descobriram é que a variedade de micróbios no nosso intestino, mesmo em pessoas que são totalmente vegetarianas, continua muito parecida com a de animais que comem de tudo, inclusive proteína animal. Ele argumenta que ao longo de milhões de anos, cada espécie foi adquirindo o conjunto de microrganismos (principalmente bactérias) que mais se adapta à sua dieta-padrão. Tanto é que outros animais que alteraram há pouco tempo a sua alimentação também parecem carregar a “bagagem” de sua flora intestinal mais antiga.


Sites: mindfullybliss/ ciencia/ nutritienda/ bodybuilding
Artigo: Evolution of Mammals and Their Gut Microbes
Imagens: Reprodução/animalsw/ twinpinesequine/ bestofpicture/ 

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