terça-feira, 14 de agosto de 2018

França quer aumentar preço de garrafas de plástico


França quer aumentar preço de garrafas de plástico

O objectivo é incentivar os franceses a optarem por garrafas de plástico reciclado que, em teoria, serão mais baratas.



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Apenas 20% do plástico em França é reciclado Reuters/KIM KYUNG-HOON 
Até 2025, o Governo francês espera conseguir alcançar uma taxa de reciclagem de plástico na ordem dos 100%, para cumprir uma das promessas eleitorais de Emmanuel Macron. Mas este é um desafio para um país que, actualmente, recicla apenas 20% do seu plástico. Por isso, e para cumprir a meta de 2025, a secretária de Estado com a pasta da Ecologia, Brune Poirson, anunciou, neste domingo, a criação de um sistema de taxação extra de produtos em plástico.

Mas esta não será uma medida única: para incentivar os consumidores a comprarem produtos feitos com plástico reciclado é necessário que eles estejam inequivocamente assinalados. Por isso, até 2020, o Governo francês espera introduzir um logótipo que “diga verdadeiramente se um produto foi fabricado com plástico reciclado ou se é reciclável”, afirma a secretária de Estado.

Para incentivar os franceses a reciclar será também necessário uniformizar as cores dos contentores. A secretária de Estado exemplifica: “Se viver em Paris, deve deitar os plásticos no contentor amarelo. Mas se trabalhar a alguns quilómetros, em Malakoff, será no azul. Devemos uniformizar a cor dos contentores para criar automatismos.”

Brune Poirson escusou-se a dar um calendário para a implementação destas políticas (refere apenas o ano 2019 de forma vaga), mas o Governo tem estado a promover o diálogo com as empresas do sector. Em Julho, recebeu cinquenta empresas e federações da área para discutir a introdução do plástico reciclado na lista de matérias-primas. “Se em dois anos não cumprirem, passaremos à regulamentação”, assegurou Brune Poirson.


De acordo com o delegado da Federação Francesa das Embalagens de Plástico (ELIPSO, na sigla original) as alternativas ao plástico existem apenas para alguns produtos e “não nos podemos esquecer dos outros". Por exemplo, "para os iogurtes, não temos opções de plástico reciclado”, denuncia, em declarações à AFP.

Também Flore Berlingen da associação Zero Waste France disse esperar que os “consumidores não sejam directamente prejudicados” pela imposição, disse à AFP. E acrescentou: “A reciclagem é essencial, mas não é suficiente.” Também “é necessário desligar a torneira e tomar medidas mais firmes para tudo o que sejam objectos descartáveis”.

Já há organizações e instituições conscientes acerca do uso de plástico. É o caso da Comissão Europeia, que tenciona banir a venda de produtos descartáveis neste material. Ou do Governo da Nova Zelândia que proibiu os sacos de plástico de utilização única.


Também empresas privadas francesas, como o E.leclerc e o Carrefour prometeram tentar reduzir no uso de plásticos, eliminando, por exemplo, as palhinhas e os invólucros desnecessários em legumes e frutas.

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