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Apenas 20% do plástico em França é reciclado
Reuters/KIM KYUNG-HOON
Até 2025, o Governo francês espera conseguir
alcançar uma taxa de reciclagem de plástico na ordem dos 100%, para
cumprir uma das promessas eleitorais de Emmanuel Macron. Mas este é um
desafio para um país que, actualmente, recicla apenas 20% do seu
plástico. Por isso, e para cumprir a meta de 2025, a secretária de
Estado com a pasta da Ecologia, Brune Poirson, anunciou, neste domingo, a
criação de um sistema de taxação extra de produtos em plástico.
Mas esta não será uma medida única: para incentivar os consumidores a
comprarem produtos feitos com plástico reciclado é necessário que eles
estejam inequivocamente assinalados. Por isso, até 2020, o Governo
francês espera introduzir um logótipo que “diga verdadeiramente se um
produto foi fabricado com plástico reciclado ou se é reciclável”, afirma
a secretária de Estado.
Para incentivar os franceses a reciclar será também necessário
uniformizar as cores dos contentores. A secretária de Estado
exemplifica: “Se viver em Paris, deve deitar os plásticos no contentor
amarelo. Mas se trabalhar a alguns quilómetros, em Malakoff, será no
azul. Devemos uniformizar a cor dos contentores para criar
automatismos.”
Brune Poirson escusou-se a dar um calendário para a implementação
destas políticas (refere apenas o ano 2019 de forma vaga), mas o Governo
tem estado a promover o diálogo com as empresas do sector. Em Julho,
recebeu cinquenta empresas e federações da área para discutir a
introdução do plástico reciclado na lista de matérias-primas. “Se em
dois anos não cumprirem, passaremos à regulamentação”, assegurou Brune
Poirson.
De acordo com o delegado da Federação Francesa das
Embalagens de Plástico (ELIPSO, na sigla original) as alternativas ao
plástico existem apenas para alguns produtos e “não nos podemos esquecer
dos outros". Por exemplo, "para os iogurtes, não temos opções de
plástico reciclado”,
denuncia, em declarações à AFP.
Também Flore Berlingen da associação Zero Waste France disse esperar
que os “consumidores não sejam directamente prejudicados” pela
imposição, disse à AFP. E acrescentou: “A reciclagem é essencial, mas
não é suficiente.” Também “é necessário desligar a torneira e tomar
medidas mais firmes para tudo o que sejam objectos descartáveis”.
Já há organizações e instituições conscientes acerca do uso de plástico. É o caso da Comissão Europeia,
que tenciona banir a venda de produtos descartáveis neste material. Ou do
Governo da Nova Zelândia que proibiu os sacos de plástico de utilização única.
Também
empresas privadas francesas, como o E.leclerc e o Carrefour prometeram
tentar reduzir no uso de plásticos, eliminando, por exemplo, as
palhinhas e os invólucros desnecessários em legumes e frutas.
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