terça-feira, 14 de agosto de 2018

O dia em que ursos dançarinos descobriram a liberdade


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O dia em que ursos dançarinos descobriram a liberdade

Forçar ursos a dançarem era uma tradição da mais de 300 anos na Bulgária ( e no Nepal). Não era incomum encontrar um animal gigante desses nas praças de Sofia, capital do país, acompanhado do dono e mexendo as patas ao som de música instrumental.

Mas o modo de ensinar os bichos a "dançar" era cruel.

"Pegavam o filhote e o colocavam numa plataforma de metal bem quente, quente como fogo. Passavam vaselina nas patas deles, para que não queimassem. E eles repetiam isso várias vezes até que o urso se acostumasse a mexer as pernas sempre que ouvisse a música", contou à BBC News o veterinário Amil Khalil.

Segundo ele, muitos desses animais eram "alcoólatras". Os donos os forçavam a beber, junto com eles, para que aguentassem a longa jornada de "trabalho" diário.

"Encontrei donos bebendo uísque, vodca ou cerveja com seus ursos. Às vezes, bebiam 11 garrafas de cerveja por dia", diz Khalil.

Em 1998, a prática foi proibida, e a espécie ficou sob proteção. Mas havia dúvidas sobre como reabilitar os ursos.

"Eles não tinham como sobreviver sozinhos, então não podíamos soltá-lo na natureza", afirma Khalil.


O veterinário ajudou a construir um refúgio para os animais. Não há mais ursos dançarinos na
Bulgária. O último deles foi resgatado em setembro de 2007.

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