PRESERVAÇÃO
Entre os pedidos da ONG, está o de proibir, de forma definitiva, o turismo de observação de baleias embarcado no berçário.
30/08/2018 às 19:30
Por Redação
Por Redação
Há cinco dias da 67ª Reunião da Comissão Internacional Baleeira, que será realizada no Costão do Santinho Resort em Florianópolis, Santa Catarina, ONGs de proteção animal se mobilizam e encaminham para diversos órgãos do Governo Federal um pedido de maior proteção ao Berçário da Baleia Franca, localizado no litoral de Santa Catarina.
No pedido, as ONGs solicitam a proibição definitiva do turismo de observação de baleias embarcado – conhecido, em inglês, como whalewhatchig – no berçário com base em um documento de 2011, no qual uma das operadoras dessa atividade admite a impossibilidade de desligar os motores ou deixá-los em ponto neutro em decorrência dos fatores ambientais da região, mesmo que as baleias estejam a menos de cem metros dos barcos de turismo.
Segundo a operadora, “grupos de baleias se movimentam normalmente em uma área bem próxima da arrebentação das ondas na costa. A presença constante de ventos dos quadrantes sul e norte e as correntes marítimas associadas conduzem as embarcações à deriva nos momentos das avistagens. Em dados momentos as manobras visando a segurança do barco e dos passageiros é obrigatória mesmo que os cetáceos estejam a uma distância inferior ao estabelecido na legislação.”
Na avaliação da Associação Catarinense de Proteção aos Animais (ACAPRA), o turismo de observação de baleias por terra pode ser praticado nas enseadas do berçário a menos de 20 metros das baleias e seus filhotes, a partir dos mirantes naturais, sem interferir no comportamento natural da espécie e sem risco para as pessoas, além de trazer mais turistas para a região e gerar mais empregos. Segundo a entidade, esse turismo teve início após a proibição do uso de barcos para observar as baleias e já é um sucesso por agregar cultura e gastronomia locais durante as trilhas para observação dos cetáceos.
As ONGs também pediram ao estado de Santa Catarina e ao ICMBio investimentos em pesquisas sobre o declínio do número de baleias no berçário, ações eficientes de fiscalização para impedir o turismo embarcado clandestino e o uso de helicópteros, jets skis, lanchas e redes de pesca ilegais. E diante do acentuado número de baleias e pinguins presos em redes, as entidades solicitaram também que somente seja autorizado o uso desse petrecho de pesca em embarcações durante os meses de julho à novembro, período em que as baleias ocupam o berçário para acasalar, dar à luz, amamentar e preparar os filhotes para o regresso à Antártica – zona de alimentação da espécie.
O documento com as solicitações foi assinado pelas entidades: ACAPRA – Associação Catarinense de Proteção aos Animais, ANDA – Agência de Notícias dos Direitos Animais, AMPARA ANIMAL, ATPA – Associação Torrense de Proteção aos Animais, Movimento Crueldade Nunca Mais, FAOS – Federação das Associações, Organizações Não-Governamentais, Sociedades Protetoras dos Animais, e Sindicatos de Profissionais da Proteção Animal do Estado de São Paulo, Fauna News, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Freeland Brasil, Grupo de Voluntários para a Valorizçaõ da Vida Animal, Instituto É o Bicho, Instituto Piracema, ITEC – Instituto Técnico de Educação e Controle Animal, HACHI Ong de Proteção Animal, MATER NATURA – Instituto de Estudos Ambientais, MGDA – Movimento Gaúcho de Defesa Animal, OJE – Observatório de Justiça Ecológica (UFSC) e União pela Vida.
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