quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Queimadas controladas necessitam autorização e acompanhamento
A queimada controlada é método utilizado, com objetivos diferentes,
tanto por proprietários rurais como por brigadistas em Unidades de
Conservação (UC).
No meio rural, a queima é tradicionalmente adotada
para abrir espaço de áreas para a agricultura e também para pastagens de
rebanhos. Já nos locais de preservação ambiental, o fogo é usado para
combater o próprio fogo: pequenos focos são ateados, sob supervisão,
para limitar a área de expansão de grandes incêndios.
Esses dois usos de queimadas controladas, no entanto, só podem ser
realizados com autorização e sob a supervisão dos órgãos ambientais. No
caso de área federal, por exemplo, é preciso autorização do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado
ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Já em áreas rurais, a autorização é concedida pelos
órgãos ambientais estaduais. “Sem a autorização ambiental, a queima é um
crime ambiental que deve ser punido”, ressalta Gabriel Zacharias,
coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios
Florestais (Prevfogo).
Em áreas de conservação, todo o trabalho envolvido para realizar a
queima controlada é de responsabilidade federal e estadual, com
brigadistas convocados, e apoio do Corpo de Bombeiros e das secretarias
estaduais de agricultura. Já nos casos das áreas rurais, os órgãos
estaduais podem ser acionados para dar suporte. O objetivo é o de
reduzir o material combustível para evitar danos maiores no caso de
descontrole das chamas. “A corporação atende apenas de forma preventiva
nesse tipo de ação, para que os danos sejam minimizados”, explica o
capitão Henrique Correia Pinto, do Grupamento de Proteção Ambiental do
Corpo de Bombeiros de Brasília (DF). Os órgãos estaduais também podem
dar orientações sobre as condições climáticas, melhor horário da queima e
procedimentos para realização da queima.
Época da queima
Os proprietários rurais precisam ficar atentos ao período apropriado
para realizar queimadas controladas. Isso porque o efeito do fogo sobre a
vegetação pode variar em função das condições ambientais no momento da
queima. É por isso que no período de seca as queimas não são permitidas.
Em contrapartida, podem ser muito utilizadas em ações de combate a
incêndios florestais registrados em UCs, justamente mais recorrentes nos
meses de seca.
A frequência da queimada sobre a área rural também deve ser respeitada.
Em alguns locais pode ser realizada até duas vezes no ano, já em outras,
a cada dois ou três anos, a depender de fatores como o nível
pluviométrico do local, tipo de solo, entre outros. A queima controlada
também é recomendada pelo menos dois dias após um dia de chuva, para
garantir um eficiente umedecimento do solo.
Condições atmosféricas
A intensidade e a duração das queimas em áreas rurais também devem levar
em consideração as condições climáticas no dia da queima – como
velocidade do vento, temperatura e umidade relativa do ar, teor de
umidade do solo e das plantas – e quantidade de combustível (material
morto ou seco) a ser queimado. Para obter todas as informações sobre
queimada em área de agricultura, acione o órgão ambiental da sua região.
Fonte: Ambiente Brasil
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