Nota de posicionamento: O gigante patrimônio natural brasileiro exige um Ministério do Meio Ambiente
Por WWF-BrasilO gigante patrimônio natural brasileiro exige uma atenção especial, e isso justifica um ministério. Por mais que seja importante uma agricultura mais ambiental, resumir o Meio Ambiente a ele é um grande equívoco, com efeitos negativos para vários setores da economia.
Como alertado coletivamente no Manifesto da Sociedade Civil em defesa do Meio Ambiente, a fusão dos dois ministérios coloca em risco o equilíbrio de forças necessário no âmbito das políticas públicas, gerando conflitos de interesses que colocariam em risco quatro décadas de avanços na proteção do meio ambiente. A atuação do Ministério do Meio Ambiente não se limita às questões agrícola e florestal, inclui, entre outros, a preservação dos biomas brasileiros, a proteção da biodiversidade e o combate à biopirataria, o combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ambientais, o licenciamento de obras, o controle da poluição, o uso de produtos químicos e a segurança hídrica.
Reduzir e enfraquecer a agenda ambiental no país podem fazer explodir o desmatamento em todos os biomas brasileiros, que já é alto, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Segundo o Relatório Planeta Vivo 2018, lançado dia 30 de outubro, a estimativa é que desde a década de 1970 o tamanho das populações das espécies que habitam as Américas do Sul e Central tenha sido reduzido em 89%, e a maior causa desta perda de vida é o desmatamento.
Nos últimos 50 anos, 20% da Amazônia já desapareceram. Se o desmatamento atingir 25% a floresta poderá entrar em um “ponto de não retorno”, a partir do qual todo o seu equilíbrio será modificado, passando por processo irreversível de savanização, com a perda de seus serviços ambientais. No Cerrado, cujo desmatamento já ultrapassou 50%, estão as nascentes dos mais importantes rios brasileiros, como o Paraná, o Tocantins e o São Francisco.
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