Moção de Repúdio
A ADUNB e o Centro de Estudos Avançados multidisciplinares –CEAM-
tornam público seu repúdio pela violência desferida de forma verbal e física
aos professores da Universidade de Brasília dentro da Câmara Legislativa do
Distrito Federal, no dia 26 de Novembro deste ano.
O ato vergonhoso de expulsar o Professor Frederico Flósculo dos
recintos da CLDF e, de forma covarde e vil, permitir o espancamento de dois
outros professores- Dr. José Wilson Correa Rosa e Dra. Mónica Veríssimo dos
Santos-sendo um deles uma mulher, que apanhou até desfalecer- remetem a Camara
Legislativa à época da inquisição, onde o conhecimento era um objeto a ser
combatido a qualquer custo pelo obscurantismo da Igreja Católica.
Os três professores prestam enorme serviço à sociedade do
Distrito Federal. Tanto na produção académica quanto no voluntariado. O
Professor Frederico Flósculo é um incansável participante e colaborador junto à
sociedade civil na formulação de diversos materiais referentes às questões
urbanas no Distrito Federal.
O professor José Wilson coordenador do Núcleo GEOCIVITAS do
CEAM acaba de apoiar a realização da 1ª Oficina de Arborização Urbana do
Distrito Federal, coordenada pelo Conselho de Meio Ambiente do Distrito
Federal.
No momento, o GEOCIVITAS lança um projecto cuja chamada é “PROCURA-SE
UM CIDADÃO!”. A proposta é trabalhar com alunos universitários voluntários que
queiram participar do projecto “Brasília, Património Cultural e Ambiental da
Humanidade”. Esse trabalho tem apoio do Fórum das ONGS Ambientalistas do
Distrito Federal.
As contribuições desses professores nos debates e audiências
públicas dentro da CLDF, referentes ao Projeto de Lei sobre o Uso e Ocupação do
Solo no Distrito Federal deveriam ter sido desejadas e valorizadas. Mas, o que
se viu nesta semana foram momentos de regresso, desrespeito, revolta e tristeza
para a comunidade universitária. Esperemos que os culpados por essa vergonha
cometida contra docentes, a ciência e a democracia sejam punidos de forma
exemplar.
Não se pode mais uma vez passar à sociedade do Distrito
Federal a impressão de que a Câmara Legislativa não cumpre a sua função mais
básica que é a de garantir segurança aos cidadãos de terem voz.
Contudo, isso não basta. Ela deve ser necessariamente ouvida,
considerada e respeitada. E não cerceada, agredida e eliminada seja por policiais
legislativos ou pela truculência de selvagens, travestidos de homens, que não tinham
a mínima condição de estarem presentes no principal espaço de transformação democrática
da sociedade brasiliense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário