Por Ricardo Callado - O governador Agnelo Queiroz reassume esta semana o Palácio do Buriti. As férias duraram mais ou menos 20 dias. Na volta, muitos problemas a resolver. Desde ao desligamento dos pardais eletrônicos ao pagamento atrasado de fornecedores. Desgastes desnecessários.
Um descanso sempre é bom para reflexão do ano que se encerrou. E planejar o que se inicia. Consertar erros e garantir acertos. Principalmente quando se aproxima eleições. Agnelo terá ainda que recompor o seu governo. Pelo menos 24 auxiliares diretos são candidatos. É o que dar montar um governo com políticos, em detrimento aos técnicos. Muitos não farão falta. Nem suas ausências serão sentidas.
Um novo governo e uma nova postura. Esse será o desafio de Agnelo. O governador aposta que em seis meses vai convencer a população que nenhum outro fez mais pelo Distrito Federal do que ele. Pretende entregar uma quantidade de obras que, teoricamente, vão lhe garantir mais quatro anos à frente do Palácio do Buriti.
Agnelo pretende contrariar todas as máximas da política. Uma delas diz que uma campanha a reeleição começa no dia um do primeiro mandato. Ficou tudo para a última hora. Quer fazer tudo em alguns meses. E de costas para os aliados. A população numa campanha não debate fatos. Debate significados.
A mudança de secretários, diretores de autarquias e administradores regionais pode dar a Agnelo a oportunidade de formar um grupo homogêneo. E mais técnico. Pode fugir do Princípio de Peter. Ou da sua negação.
O Princípio de Peter define que num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência. Parte do governo Agnelo traz a negação do Princípio de Peter. Os incompetentes vão além do seu próprio nível de incompetência.
Para ficar mais claro, exemplos práticos indicados por Peter relaciona figuras reais e fictícias: Macbeth foi um eficaz chefe militar, mas um rei incompetente; Adolf Hitler por sua vez foi um competente político, mas encontrou seu nível de incompetência como general; Sócrates foi excepcional filósofo, mas péssimo advogado de defesa.
Agnelo deve despachar aqueles que mais atrapalham do que ajudam a governar. Acabam tornando funções essenciais, em inúteis. E as funções inúteis são puro desperdício. Desperdício de voto e popularidade.
A reeleição de Agnelo deve pautar as ações de governo daqui pra frente. Inclusive nas relações com aliados. Essa é a necessidade. E a necessidade precisa produzir algum bom senso.
A economia da cidade está sufocada. Brasília, infelizmente, ainda é dependente da máquina pública. A presença direta do Estado na economia é complementada com uma máquina burocrática. Por exemplo: critérios administrativos não podem ter prioridade sobre o atendimento ao doente. Nem seu acesso a qualquer medicamento.
Dito isso, há um entendimento geral de que os atuais políticos de Brasília são suicidas. Jogam suas carreiras fora por capricho, birra, arrogância ou ganância. Ou burrice. Foi assim com Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Agnelo precisa enxergar o seu governo de dentro pra fora.
Não será apenas com entregas de dezenas de obras e muito dinheiro em campanha que se ganha uma eleição. É preciso aliados. E repito: a população numa campanha não debate fatos. Debate significados. E Agnelo precisa assumir compromisso e dar um significado ao seu governo.
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