sábado, 11 de janeiro de 2014

Mais cidades do que pode cuidar.E ainda quer criar outras!

Cidades.
Publicação: Sábado, 11/01/2014 às 08:01:00
  

Buracos tomam conta de ruas do Distrito Federal

Ceilândia é uma das cidades mais afetadas pelo mau estado das vias. Chuvas agravam o problema
Patrícia Fernandes
patricia.fernandes@jornaldebrasilia.com.br


Com formatos, tamanhos e profundidades diferentes, os buracos vêm tomando conta de ruas do Distrito Federal.

Para minimizar a situação, o governo adota a operação tapa-buracos, mas, com a chuva, muitas crateras reaparecem. E ainda maiores.

Em Ceilândia, por exemplo, moradores relatam que os buracos causam transtornos e prejudicam a segurança de quem passa pelo local.

A designer Lorrane de Freitas, 23 anos, moradora QNN 24 de Ceilândia, reclama da incerteza de não saber quando o asfalto será reconstruído por completo. Segundo ela, o jeito é tentar driblar as dificuldades diariamente. “Sair de casa é uma luta. Ainda mais para mim, que moro exatamente em frente a um buraco enorme”, conta.

De acordo com Lorrane, é comum ver a presença de agentes do governo trabalhando no local. “Direto tem gente arrumando, mexendo aqui, mas basta chover um pouco que tudo se desfaz e os buracos surgem ainda maiores”, disse.

Alternativas

Os próprios moradores  tentam reduzir os impactos dos buracos. “A gente mesmo coloca brita para tentar diminuir o tamanho, mas quando chove fica um caos”, diz. Ela frisa que a sua principal preocupação é com os pais. “Meu pai é idoso e tenho medo de que ele se machuque em uma erosão”, salienta.

A dona de casa Elza Rodrigues, 66 anos, diz que já presenciou acidentes no local. “Quase todo dia presencio acidentes. Meu filho teve um grande prejuízo”, relata.

Os motoristas ainda sentem no bolso o peso dos buracos. Com a chuva, os riscos são maiores, já que as erosões ficam encobertas pela água. “Ao passar por um buraco, o carro pode ter peças danificadas. Os danos mais comuns são rodas amassadas e cortes nos pneus”, explica o mecânico Wellis Jesus. O preço da substituição de peças varia de R$ 500 a R$ 1000.

Ponto de Vista

O especialista em problemas de obras Dickran Berberian afirma que o Governo agiu de forma correta. “A operação foi até muito boa, começou na hora certa, na época da seca. Porém, apesar de o plano ser bom, tem muitos buracos e áreas afetadas do que tempo para arrumá-las”, ressaltou. “Nos locais mais críticos foi feito o chamado “asfalto meleca” para inaugurar. A base e a sub-base não foram feitas como devia e qualidade do material não foi primorosa. Por isso, esses locais voltaram a ter buracos”, relatou. Segundo Dickran, não há mais tempo hábil para fazer um trabalho bem-feito.

Versão Oficial

A Novacap  informa que, após um planejamento e levantamento de toda a malha viária do DF, deu início ao Programa Asfalto Novo, que é dividido em três etapas e contempla todas as Administrações Regionais. A primeira etapa compreende o Plano Piloto; a segunda contempla as vias principais e coletoras de todas as RAs; e a terceira contempla as vias internas das RAs, totalizando um investimento de R$ 770 milhões. A primeira etapa está 85% executada; a segunda está em execução; e a terceira será licitada na segunda quinzena deste mês. A Novacap informa, ainda, que mantém equipes constantes de tapa buracos para atendimento de solicitações das RAs. Porém, reafirma que o problema das constantes operações tapa buracos só será resolvido quando da implantação total do Asfalto Novo.

População pede mais atenção às cidades

Morador de Ceilândia há 30 anos, o aposentado José Nascimento, 68 anos, reclama da falta de atenção do governo. “Só pensam na Copa do Mundo e arrumam o asfalto do Plano. A gente precisa viver no meio dessa rua esburacada. Esquecem das cidades distantes”, reclama.

“Outro dia vi um senhor caindo dentro do buraco na chuva. É lamentável. Pagamos impostos caros para viver nessa situação”, diz.  “Queremos a mesma atenção que o centro tem. Tinha que fazer um asfalto novo”, almeja.

A assessoria de imprensa d a Administração de Ceilândia afirmou que as obras de recuperação do asfalto são conduzidas em duas frentes. “Temos a operação Asfalto Novo, que começou nas vias principais da cidade”, explanou.

“Contamos com a operação tapa-buraco, na qual três equipes trabalham constantemente. É um paliativo, para dar uma solução imediata. Temos um cronograma e toda a cidade passará pelo programa Asfalto Novo”, ressalta a assessoria.
Taguatinga
Em Taguatinga, o cenário não é diferente. Na avenida principal da cidade, uma faixa da pista está repleta de crateras. O vendedor João Silva Nogueira, 25 anos, garante que escapar dos buracos é um desafio diário. “Eu nunca estraguei meu carro porque presto atenção e devo ter dado sorte, mas tenho amigos que tiveram sérios problemas”, relata.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília


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