21/02/2014
às 18:49Um jurista da “sabedoria petista” resolve atacar Gilmar Mendes. E o que eu descobri sem muito esforço. Ou: O alarido das hienas
Ai, ai…
Por que eles nunca são um só, mas sempre uma legião, como os demônios?
Antipatizo com hienas. Não é pela feiura, não. É que sempre atacam em
bando. Nunca exibem, assim, aquela grandeza heroica que, às vezes, têm
os leopardos, até os leões.
Não! Sempre em turma. Também não sabem
rugir: emitem uns sons estranhos, entre o ganido e o miado, pequeninos,
quase sorrateiros, mas que, em grupo, formam uma melodia desagradável.
Então tá. Chega dessa apreensão pessoal da zoologia. Vamos falar de
outras espécies.
Mandam-me aqui um texto de
um tal Juliano Zaiden Benvindo, que é professor da Universidade de
Brasília. Pelo tom do sujeito que enviou a mensagem, ele só pode ter
colhido o artigo em algum blog sujo financiado por estatais.
Bem, bem,
bem… Passaram ao rapaz professor a tarefa de provar que o ministro
Gilmar Mendes não é de nada; que, como jurista, é um zero à esquerda.
Notem que, até agora, o petismo e o petralhismo já disseram o diabo de
Mendes, menos que fosse tecnicamente ruim. Isso nunca.
Juliano
Benvindo, investindo-se do papel do zagueiro cabeça de bagre
voluntarioso, pegou a bola na hora da cobrança do pênalti e disse:
“Deixa que eu chuto”. E chutou. A bola se perdeu no mato. Se tiverem
paciência, leiam o texto.
O bruto começa anunciando a montanha. Censura a
tradição de pouco debate no Brasil, que sempre acaba na crítica
pessoal. Logo, entende-se que ele fará outra coisa, nunca uma crítica…
pessoal.
Escreve:
“No Brasil, contudo, infelizmente, a cultura constitucional é voltada para bajular o que temos. Nossa cultura ainda é fortemente marcada pela personalização das relações, não se construindo uma possível percepção de que criticar um trabalho, uma decisão, um texto, entre tantas outras atividades, possa ser algo diverso do que uma crítica pessoal.”
Em vez da
montanha, o rato. Vejam lá. O resto de seu texto é um ataque dirigido à
pessoa de Gilmar Mendes. Segundo diz, não passa de um compilador de
jurisprudência — quando até seus adversários intelectuais reconhecem
nele um criador de jurisprudência. Ainda nesta quinta, foi citado por
advogados dos mensaleiros. O rapaz não se refere aos livros de Mendes,
ao conteúdo de sua obra, não diz por que ela é ruim. Nada!
Entende-se,
aliás, que o principal defeito da obra em livro do ministro é… vender
bem! Não sei se o dito-cujo já publicou alguma coisa; se publicou,
certamente vendeu mal. Também publico livros e, como direi?, sou
bem-sucedido.
Não sei de bons vendedores de livros que considerem isso
um defeito. Há, sim, quem venda pouco e não dê bola para a questão,
certo da qualidade de sua obra — às vezes, com razão. Mas todos os que
acham que vender muito é um defeito vendem pouco.
A
propósito: por que será que os livros de Mendes “vendem bem”, já que não
se trata de uma compilação de humor, de pílulas de sabedoria ou de
textos de autoajuda? Vai ver os leitores de sua obra especializada são
bobos e ainda não se deram conta da sabedoria superior do tal Benvindo…
Insisto: se tiverem paciência, leiam o texto do homem e tentem encontrar
a demonstração de sua tese.
Não há.
Ataques
como esse, oriundos de um mundo SUPOSTAMENTE ACADÊMICO, são expressões
do espírito de um tempo. Onze anos de petismo no poder degradaram o
Parlamento, o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público, tudo… Mas
nenhum setor se rebaixou tanto e se tornou tão asqueroso como a academia
— com as exceções de praxe.
Gente paga
com dinheiro público para pensar não tem vergonha nenhuma de ser
esbirro de um partido político. O sujeito que mandou a diatribe do
Benvindo me fez um favor. Resolvi entrar na página do cara no Facebook.
Lá está ele, de bate-pronto, atacando Mendes por conta de suas questões
sobre a “vaquinha” petista. Está revelado, vamos dizer assim, o motivo
original da sua fúria bucéfala, que se esqueceu dos argumentos. Na UnB,
integra a tropa de choque das várias correntes de esquerda que por lá se
aninham, aliando-se claramente com o petismo — pouco importando se é
filiado ao não.
Uma estirpe
Quando bati o olho em seu nome, sabia que aquele sobrenome há havia passado por mim… “Zaiden Benvindo, Zaiden Benvindo…” Cheguei logo a Aldo Zaiden Benvindo, assessor do Ministério da Saúde e membro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas.
Também
alinhado com o “pudê”!!! Esse rapaz participou ativamente do “Congresso
Internacional Sobre Drogas – 2013”, realizado em Brasília, no ano
passado. Vocês se lembram. Escrevi alguns posts a
respeito. Foi lá que o notório delegado Orlando Zaccone defendeu a
legalização “da produção, do comércio e da distribuição de todas as
drogas”.
Tratou-se de um suposto “congresso internacional”, patrocinado
pelo governo Dilma e por órgãos federais, para o qual só foram
convidados debatedores favoráveis à legalização das drogas. Não era um
congresso, mas um convescote de gente que concordava entre si.
Uma
vergonha!
Mandaram-me
tempos depois um vídeo com a fala de Aldo Zaiden Benvindo, o irmão do
desafeto de Mendes. O rapaz começa, de cara, com uma referência
encoberta a este blogueiro. Ataca, com uma frase vulgar de efeito, as
“críticas reacionárias” na imprensa que o tal congresso estaria
recebendo.
Eu fui o único a criticar. Todos os demais veículos de
comunicação elogiaram. Ele foi muito aplaudido, claro!, porque os que
poderiam eventualmente vaiar ou simplesmente não aplaudir não tinham
sido convidados.
Essa gente é muito valente entre os seus. É como black
bloc. Quando em bando, partem pra porrada. Segue o vídeo. A fala está
no comecinho. Volto depois.
Pois é…
Estamos lidando com uma estirpe, né? Aldo, aquele que acha que o
“vitupério na boca de certas pessoas é elogio”, é casado com
Joana Zylbersztajn, ex-secretária-executiva adjunta do ministério
chefiado por Gilberto Carvalho e atual chefe de gabinete da Secretaria
Municipal de Direitos Humanos de Fernando Haddad.
“Por que
evocar esses parentescos, Reinaldo?” Para evidenciar que estamos lidando
com uma espécie de nova aristocracia do poder. Como se diz em Dois
Córregos, a cada enxadada, uma minhoca. Basta entrar no Google, e você
perceberá que eles são uma legião.
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