sábado, 22 de fevereiro de 2014

Vê se pode!!Cientistas criam músculo artificial com linha de pesca

Inovação REVISTA VEJA

Versão artificial pode sustentar cem vezes mais peso que órgão humano

Diferentes configurações possíveis do músculo artificial
Diferentes configurações possíveis do músculo artificial (AAAS)
 
Usando linha de pesca, uma equipe internacional de cientistas conseguiu criar um músculo artificial forte e barato, capaz de sustentar cem vezes mais peso do que um órgão humano de mesmo tamanho. A descoberta foi publicada nesta sexta-feira, no periódico Science.


CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Artificial Muscles from Fishing Line and Sewing Thread

Onde foi divulgada: periódico Science

Quem fez: Carter S. Haines, Márcio D. Lima, Na Li, Geoffrey M. Spinks, Javad Foroughi, John D. W. Madden, Shi Hyeong Kim, Shaoli Fang, Mônica Jung de Andrade, Fatma Göktepe, Özer Göktepe, Seyed M. Mirvakili, Sina Naficy, Benjamin J. Swedlove, Gordon G. Wallace e Ray H. Baughman

Instituição: Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores criaram um músculo artificial, com linha de pesca, capaz de sustentar cem vezes mais peso do que sua versão humana
Ray Baughman, pesquisador do Instituto de Nanotecnologia da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, já realizou diversas tentativas de construir músculos artificiais com materiais caros e de última tecnologia, como pequenos tubos de carbono, até que ele e sua equipe descobriram na linha de pesca uma solução mais simples e barata para sua pesquisa.

O músculo é produzido a partir da torção da linha e é ativado por meio de mudanças de temperatura. Enquanto os músculos naturais se contraem em até aproximadamente 20%, as versões artificiais podem se contrair em até 50% de seu comprimento.

De acordo com Baughman, existe um vasto campo de aplicações para este músculo. "Robôs humanoides, próteses de membros e exoesqueletos são limitados por sistemas hidráulicos e motores", afirma.

Um conjunto desses músculos, configurados para funcionar de forma parecida com o tecido humano, é capaz de levantar quase uma tonelada. Uma única unidade, mais fina do que um fio de cabelo, pode ajudar a criar expressões mais humanas em rostos de robôs ou ajudar a criar movimentos mais completos para equipamentos de cirurgias robotizadas.

Como são ativados pela temperatura, os músculos podem se contrair ou expandir com base em mudanças no ambiente. Os pesquisadores sugerem que eles sejam usados para abrir e fechar portas e janelas de casas ou edifícios, de acordo com as mudanças de temperatura — e evitar o uso de eletricidade e motores caros e barulhentos.

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