Um novo estudo reforça a ação prejudicial para a saúde dos papéis
usados para recibos de cartão de crédito e débito.
Manusear esse tipo de
comprovante, impressos em um material chamado de papel térmico, pode
levar a uma contaminação pelo composto químico bisfenol A (BPA), segundo
estudo divulgado nesta semana pelo The Journal of the American Medical
Association (Jama), um dos mais importantes da área médica no mundo.
O
bisfenol A, associado a vários problemas de saúde, de obesidade a
variedades de câncer, também é comumente encontrado em plásticos rígidos
e no revestimento de latas de alumínio que acondicionam alimentos. Em
2011, o Brasil proibiu a comercialização de mamadeiras com a presença da
substância, decisão que passou a valer em 2012 no País.
A ligação do bisfenol A com os papéis térmicos já era conhecida, mas havia poucos estudos científicos específicos que pudessem investigar a fundo essa relação.
A ligação do bisfenol A com os papéis térmicos já era conhecida, mas havia poucos estudos científicos específicos que pudessem investigar a fundo essa relação.
Na nova pesquisa, realizada pelo Hospital Infantil
Cincinnati, nos Estados Unidos, 24 voluntários foram orientados a
segurar recibos impressos em papel térmico durante duas horas seguidas.
Eles fizeram essa experiência duas vezes: com e sem luvas nitrílicas, e
tiveram os níveis de bisfenol A medidos por exames de laboratório.
Antes
de segurar os papéis, 83% dos voluntários apresentaram bisfenol A na
urina. Após o contato com os comprovantes sem o uso de luvas, o composto
foi detectado na urina de todos os voluntários. O nível de bisfenol A
não sofreu alterações quando os participantes seguraram os recibos
usando luvas.
Calor.
O BPA é uma molécula muito instável, que pode ser liberada facilmente dos produtos - com mudanças de temperatura, por exemplo. Segundo o estudo, “o papel térmico tem um revestimento que é sensível ao calor, o qual é utilizado no processo de impressão sobre o papel, transferindo o composto para a pele, com o manuseio pelo usuário”.
Calor.
O BPA é uma molécula muito instável, que pode ser liberada facilmente dos produtos - com mudanças de temperatura, por exemplo. Segundo o estudo, “o papel térmico tem um revestimento que é sensível ao calor, o qual é utilizado no processo de impressão sobre o papel, transferindo o composto para a pele, com o manuseio pelo usuário”.
Coordenadora do estudo, Shelley Ehrlich disse
que “o contágio pelos papéis térmicos é algo pouco estudado e que pode
atingir sobretudo pessoas que têm contato frequente com os recibos, como
as que trabalham em supermercados e lojas”. Ela lembrou que a principal
fonte de contaminação pelo composto ainda é a alimentação,
principalmente por meio de enlatados e produtos acondicionados em
recipientes plásticos que contêm BPA e passam por grandes mudanças de
temperatura - da geladeira ou do freezer para o micro-ondas, por
exemplo.
Efeitos.
No organismo, o BPA se comporta de modo semelhante ao hormônio estrogênio, sendo por isso conhecido como um disruptor hormonal. Por desregular o sistema endocrinológico, já foi associado, em estudos anteriores, a problemas de saúde que são influenciados por esse mecanismo: câncer de próstata, de mama e de ovário - além de obesidade e infertilidade.
Efeitos.
No organismo, o BPA se comporta de modo semelhante ao hormônio estrogênio, sendo por isso conhecido como um disruptor hormonal. Por desregular o sistema endocrinológico, já foi associado, em estudos anteriores, a problemas de saúde que são influenciados por esse mecanismo: câncer de próstata, de mama e de ovário - além de obesidade e infertilidade.
Giuliana Reginatto
Fonte: Agencia Estado Jornal de Brasilia
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