O objetivo é pressionar o Congresso a votar o texto que conta com o apoio de diversas outras entidades.
Para isso, são necessárias, no mínimo, 1,5 milhão de subscrições
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
A cena se repete na maioria das igrejas católicas do Distrito Federal: ao final da missa, o padre oficiante recomenda que os fiéis assinem um projeto de lei pela reforma política.
A iniciativa é da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que pediu ajuda a dioceses de todo o País na coleta de assinaturas no projeto.
O objetivo é pressionar o Congresso a votar o texto, de iniciativa popular, que conta com o apoio de diversas outras entidades. Para isso, são necessárias, no mínimo, 1,5 milhão de subscrições.
Quem também está fazendo a coleta de assinaturas, junto a outros movimentos, é o Partido dos Trabalhadores (PT).
Desde o ano passado, ele vem divulgando amplamente a ideia de uma reforma política.
A maioria das principais propostas do PT coincide com as defendidas pela CNBB, que chegou a fundar uma Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. Essa entidade apoia inclusive a realização de um “plebiscito popular do sistema político”, como defendido pela presidenta Dilma Rousseff.
Tanto a CNBB quanto o PT negam que estejam pedindo assinaturas para o mesmo texto.
“O PT tem um projeto, a Conferência dos Bispos e as demais entidades têm outro. Em comum, existe apenas o movimento a favor da reforma política no País. Não é o mesma proposição que apoiamos. São itens diferentes”, assegura a coordenadora nacional da Campanha pela Reforma Política do PT, Gleice Andrade.
As teses, porém, são as mesmas: financiamento público de campanha, mais controle partidário na eleição proporcional ou maior presença de mulheres nas chapas, entre outros.
Pedido é da arquidiocese
Assim como a petista, o padre José Ernanne Pinheiro, membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília, diz que a “a proposta de reforma política apoiada pela CNBB tem caminho diferente daquela divulgada pelo PT. Não é o mesmo texto. Temos outras ideias”.
Contudo, ele confirma o pedido de assinaturas durante as missas. “Foi a própria arquidiocese que enviou o pedido às paróquias. Se o assunto vai ser abordado antes ou depois da missa, fica a critério dos padres”, ressalta.
Na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no Lago Sul, o próprio padre é quem confirma o pedido da CNBB para a coleta de assinaturas.
“Isso vem totalmente de cima. É um movimento que começou com a CNBB. ”, explica o pároco Goodwin Uchego.
Ainda segundo ele, durante a missa o assunto fica de lado. Porém, “no aviso final, isso é falado”. “Nós, como igreja, respeitamos o pedido de CNBB. Então, no final da missa a gente fala: tem uma reforma política necessária para o nosso país, a que a CNBB aderiu. Se você tem interesse, leve para sua casa, preencha com seus dados”, explica o padre.
A ficha representa a autorização do eleitor para que seu nome e título eleitoral sejam usados ao apresentar o projeto de iniciativa popular.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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