sábado, 23 de agosto de 2014

Pelo visto não estão contentes com o sistema de cotas e com as leis contra racismo.Querem ainda mais privilégios. Marcha contra o genocídio negro reúne mais de cem pessoas


A passeata começou no Conic e fez percurso entre a Rodoviária e Museu Nacional da República
Leonardo Resende, com Agência Brasil

redacao@jornaldebrasilia.com.br
Para conscientizar a população, uma passeata pacífica ocorreu na tarde desta sexta-feira (22).

A Marcha Internacional contra o Genocídio Negro reuniu mais de cem pessoas e começou na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, por volta das 14h. Os manifestantes fizeram uma caminhada pela rodoviária e finalizaram o protesto quatro horas depois no Museu Nacional da República. 

Segundo Gilson Rego, um dos organizadores da marcha, a mobilização tem o objetivo de mostrar à população que o Estado brasileiro é responsável pela eliminação dos negros. "Mesmo depois da escravatura, o negro é tratado com indiferença. É um contexto histórico que nos atinge até hoje", lamenta. Uma carta de questionamento do genocídio será encaminhada ao Congresso Nacional.
Para Layla Marisandra, do Fórum da Juventude Negra, o objetivo da marcha é dar visibilidade à questão. "Quem está marchando aqui são as pessoas da periferia, dos assentamentos. Queremos dar vez para aqueles que estão à margem, que não falam", disse.

O Movimento Sem Terra (MST) também estava presente, segundo um dos militantes, 98% do grupo é composto por negros. Além de ser pacífica, a manisfestação também é apartidária e caso algum político queira se apropriar do ato, não será permitido. 

A passeata é realizada simultaneamente em 18 estados brasileiros e em 15 países, informou a coordenação da campanha “Reaja ou será morto (a)”, que convocou o ato. O movimento quer dar  visibilidade às situações de violência e fortalecer a luta por políticas públicas que garantam direitos, como o acesso à educação e à saúde.

Para a organização do movimento foram feitas reuniões presenciais que começaram em Belo Horizonte e terminaram em Brasília. A primeira versão da concentração foi em 2012. Para os participantes, este é um movimento autêntico. "É uma marcha legitíma, que mostra a realidade do extermínio dos negros" diz Jaqueline Costa, 28 anos, artista plástica. O grupo prevê, para o próximo ano, a marcha das mulheres negras.
Fonte: Da Redação do Jornal de Brasília

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