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Com pouco mais de uma semana para o referendo que decidirá o futuro da
Escócia, banqueiros, investidores e economistas alertam para o impacto
econômico de uma eventual ruptura do Reino Unido.
No dia 18 de setembro, os escoceses irão às urnas para responder com "sim" ou "não" se querem que o país se separe do Reino Unido.
Alguns especialistas argumentam que, embora a cisão possa trazer consequências negativas no primeiro momento, uma Escócia independente seria financeiramente viável a longo prazo.
Confira abaixo a opinião de alguns economistas sobre o assunto.
"Todo mundo está focado na geopolítica, por causa do que está acontecendo na Ucrânia e no Oriente Médio...mas isso (a independência da Escócia) ainda não tinha entrado no radar dos investidores, especialmente dos americanos porque ninguém achou que o 'sim' teria chances de ganhar".
"Mas caso a Escócia se torne independente, então investidores teriam de aceitar um período prolongado de incertezas sobre os ativos britânicos, desde o valor da moeda às ações".
"Tenham medo, muito medo. Os riscos de se tornar independente são imensos. As pessoas podem até achar que a Escócia pode se transformar em um novo Canadá, mas é bem provável que acabe como uma Espanha sem luz do sol", afirmou.
Sobre a possibilidade de a Escócia manter a libra como moeda, Krugman afirmou: "A combinação da independência política com uma moeda compartilhada é a receita do desastre".
O economista americano, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2008, classificou como "incompreensível" a reivindicação pela autonomia da Escócia.
"As implicações se o 'sim' ganhar serão imensas...", disse ele.
"Do lado do câmbio, a independência poderia, na pior das hipóteses, levar a uma crise desestabilizadora de todo o sistema bancário britânico e, na melhor das hipóteses, deixar o resto do Reino Unido com uma união monetária instável na qual o Banco da Inglaterra será forçado a continuar a prover liquidez aos bancos da Escócia enquanto Westminster tentará alcançar um acordo monetário e fiscal com o novo governo soberano escocês.
"Um voto pelo sim tiraria dos trilhos a recuperação da economia do Reino Unido. A Escócia representa o segundo maior parceiro comercial do Reino Unido após a União Europeia e planos de investimentos de muitas empresas devem ser adiados até que as questões sobre câmbio, regulação e tributos sejam minimamente esclarecidas".
"O dinheiro proveniente do petróleo no Mar do Norte escocês acabaria em um determinado momento, mas o país teria uma população de elevado nível educacional. O crescimento da produtividade e a prosperidade da Escócia no futuro dependeriam, portanto, das fundações do capital humano".
No curto prazo, no entanto, Chu admite que: "Os investimentos das empresas, que, na última década, se encontram, lamentavelmente, a níveis baixos, podem permanecer estáticos em meio às incertezas de um evento voto pelo 'sim'. Isso não ajudaria nem a Escócia nem o Reino Unido a se recuperar da maior crise desde a década de 30".
Na opinião de Chu, muito dependerá da decisão da Escócia de manter a libra como moeda, aceitando, assim, um certo grau de controle de Westminster, o que, para muitos escoceses pró-independência, seria "intragável".
"Estimamos que, na medida em que a produção de petróleo no Mar do Norte diminuir, a economia não-atrelada a esse setor precisaria de uma desvalorização de 10% a 20% para resgatar competitividade. Isso exigiria uma redução de 5% a 10% nos salários, impulsionada por um forte aumento do desemprego.
"Numa eventual vitória do 'sim', as consequência imediatas para a economia da Escócia, e para o Reino Unido mais amplamente, poderiam ser fortemente negativas", afirmou um comunicado do banco na semana passada.
Longas negociações sobre a divisão da dívida nacional do Reino Unido, a moeda e a integração da Escócia à União Europeia levariam a "um período prolongado de incerteza", disse o banco. "Isso poderia trazer consequências econômicas negativas para a Escócia e para o Reino Unido."
"Mesmo que a união monetária se mantenha no caso de uma vitória do 'sim', a ameaça de um eventual rompimento incentivaria investidores a vender ativos na Escócia enquanto correntistas ficariam mais suscetíveis a retirar depósitos dos bancos escoceses", acrescentou a nota.
Mas a longo prazo, o Goldman Sachs acredita que "há pouca razão para uma Escócia independente não prosperar: não há nenhuma evidência que sugira que países menores são mais ricos ou mais pobres".
No dia 18 de setembro, os escoceses irão às urnas para responder com "sim" ou "não" se querem que o país se separe do Reino Unido.
Alguns especialistas argumentam que, embora a cisão possa trazer consequências negativas no primeiro momento, uma Escócia independente seria financeiramente viável a longo prazo.
Confira abaixo a opinião de alguns economistas sobre o assunto.
Russ Koesterich, chefe de investimentos estratégicos do fundo BlackRock
Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", Koesterich, chefe do departamento de investimentos estratégicos do maior fundo do mundo, afirmou que a independência pode frear a retomada da economia do Reino Unido.
"Todo mundo está focado na geopolítica, por causa do que está acontecendo na Ucrânia e no Oriente Médio...mas isso (a independência da Escócia) ainda não tinha entrado no radar dos investidores, especialmente dos americanos porque ninguém achou que o 'sim' teria chances de ganhar".
"Mas caso a Escócia se torne independente, então investidores teriam de aceitar um período prolongado de incertezas sobre os ativos britânicos, desde o valor da moeda às ações".
Paul Krugman, economista
Em sua coluna no jornal "New York Times", Krugman, um dos economistas mais renomados do mundo, mandou uma mensagem de alerta para a Escócia.
"Tenham medo, muito medo. Os riscos de se tornar independente são imensos. As pessoas podem até achar que a Escócia pode se transformar em um novo Canadá, mas é bem provável que acabe como uma Espanha sem luz do sol", afirmou.
Sobre a possibilidade de a Escócia manter a libra como moeda, Krugman afirmou: "A combinação da independência política com uma moeda compartilhada é a receita do desastre".
O economista americano, vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2008, classificou como "incompreensível" a reivindicação pela autonomia da Escócia.
Oliver Harvey, estrategista de mercado de câmbio do Deutsche Bank
Em linha com Krugman, Harvey escreveu em um comunicado do banco a investidores: "Escócia: tenha medo, muito medo".
"As implicações se o 'sim' ganhar serão imensas...", disse ele.
"Do lado do câmbio, a independência poderia, na pior das hipóteses, levar a uma crise desestabilizadora de todo o sistema bancário britânico e, na melhor das hipóteses, deixar o resto do Reino Unido com uma união monetária instável na qual o Banco da Inglaterra será forçado a continuar a prover liquidez aos bancos da Escócia enquanto Westminster tentará alcançar um acordo monetário e fiscal com o novo governo soberano escocês.
"Um voto pelo sim tiraria dos trilhos a recuperação da economia do Reino Unido. A Escócia representa o segundo maior parceiro comercial do Reino Unido após a União Europeia e planos de investimentos de muitas empresas devem ser adiados até que as questões sobre câmbio, regulação e tributos sejam minimamente esclarecidas".
Ben Chu, editor de economia do jornal britânico "The Independent"
Um estado escocês é "perfeitamente viável", argumenta Chu. "Algumas das profecias mais bárbaras sobre o fracasso [da independência] não são convincentes".
"O dinheiro proveniente do petróleo no Mar do Norte escocês acabaria em um determinado momento, mas o país teria uma população de elevado nível educacional. O crescimento da produtividade e a prosperidade da Escócia no futuro dependeriam, portanto, das fundações do capital humano".
No curto prazo, no entanto, Chu admite que: "Os investimentos das empresas, que, na última década, se encontram, lamentavelmente, a níveis baixos, podem permanecer estáticos em meio às incertezas de um evento voto pelo 'sim'. Isso não ajudaria nem a Escócia nem o Reino Unido a se recuperar da maior crise desde a década de 30".
Na opinião de Chu, muito dependerá da decisão da Escócia de manter a libra como moeda, aceitando, assim, um certo grau de controle de Westminster, o que, para muitos escoceses pró-independência, seria "intragável".
Credit Suisse
Os economistas do banco suíço alertaram que a Escócia pode cair em uma "recessão profunda" caso se torne independente do Reino Unido. "A re-domiciliação do setor financeiro e dos empregos no funcionalismo público, assim como a disputa legal sobre o petróleo do Mar do Norte, poderiam acelerar qualquer turbulência", informou um comunicado divulgado pelo banco.
"Estimamos que, na medida em que a produção de petróleo no Mar do Norte diminuir, a economia não-atrelada a esse setor precisaria de uma desvalorização de 10% a 20% para resgatar competitividade. Isso exigiria uma redução de 5% a 10% nos salários, impulsionada por um forte aumento do desemprego.
Goldman Sachs
O banco de investimentos acredita que os efeitos a curto prazo de um voto pelo sim no referendo da Escócia poderia provocar "consequências severas" para as economias dos dois países.
"Numa eventual vitória do 'sim', as consequência imediatas para a economia da Escócia, e para o Reino Unido mais amplamente, poderiam ser fortemente negativas", afirmou um comunicado do banco na semana passada.
Longas negociações sobre a divisão da dívida nacional do Reino Unido, a moeda e a integração da Escócia à União Europeia levariam a "um período prolongado de incerteza", disse o banco. "Isso poderia trazer consequências econômicas negativas para a Escócia e para o Reino Unido."
"Mesmo que a união monetária se mantenha no caso de uma vitória do 'sim', a ameaça de um eventual rompimento incentivaria investidores a vender ativos na Escócia enquanto correntistas ficariam mais suscetíveis a retirar depósitos dos bancos escoceses", acrescentou a nota.
Mas a longo prazo, o Goldman Sachs acredita que "há pouca razão para uma Escócia independente não prosperar: não há nenhuma evidência que sugira que países menores são mais ricos ou mais pobres".
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