quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Petrobras alertou Dilma sobre ação de diretores



Uma diretoria com liberdade de ação acima do desejável, em que a presidência da estatal não tinha controle total sobre algumas de suas decisões, o que gerava terreno fértil para irregularidades.
Este relato, feito em 2012 pela direção da Petrobras à presidente Dilma no período de troca de diretorias da estatal, segundo assessores, foi relembrado nos últimos dias no Planalto depois do vazamento das primeiras informações do teor da delação premiada de Paulo Roberto Costa.


Ex-diretor de Abastecimento da estatal, Costa, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, foi substituído em meados de 2012 dentro de um processo de reformulação da empresa encomendado por Dilma à nova presidente da empresa, Graça Foster.


Segundo a Folha apurou, a diretoria de Abastecimento tinha um "grau de autonomia elevado" e, seu titular, respaldo de partidos aliados –PMDB e PP– para isto.


Costa foi nomeado diretor em 2004, no governo Lula, e manteve-se no cargo até 2012. Chegou à direção com o apoio do PP, mas depois passou a contar com o suporte do PMDB. Mantinha, também, contato com políticos do PT.


A oposição diz ser impossível que a presidente não soubesse de irregularidades na estatal e a acusa de teria sido conivente, ao não mandar investigá-las. Também diz que a saída do diretor em 2012 é um indício de que Dilma, no mínimo, suspeitava de negócios feitos por ele, o que o assessores do Planalto refutam.


As revelações apresentadas por Costa na delação premiada relacionadas a parlamentares e a um ministro serão enviadas diretamente à Procuradoria-Geral da República, sem passar pelas mãos do juiz federal que cuida do caso.


Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisar as novas denúncias da Operação Lava Jato e encaminhá-las ao STF (Supremo Tribunal Federal).



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