quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pragmatismo levou PT a iniciar campanha para associar Marina a bancos



  • Um cálculo eleitoral pragmático levou o PT a iniciar a segunda parte da campanha de desconstrução da candidata Marina Silva em um prazo de apenas uma semana. A decisão petista de antecipar uma artilharia contra Marina tem o objetivo de tentar abrir uma vantagem no primeiro turno, para ter condições de administrar essa margem num segundo turno que promete ser adverso.

    Primeiro, o PT comparou Marina ao ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment. Nesta terça, o programa de televisão de Dilma começou a afirmar que a ex-ministra dará mais poder aos bancos, caso seja eleita, num ataque direto à proposta de autonomia do Banco Central da candidata do PSB.

    Há duas semanas, o Blog antecipou que Dilma já carimbava Marina como a candidata do setor financeiro em conversas no Palácio da Alvorada. Para integrantes da campanha, há um risco de um “efeito bumerangue” nesses ataques.

    Mesmo assim, o cálculo petista é que Dilma tem que terminar esse primeiro turno com algo em torno de 40% das intenções de voto. Mesmo que, para isso, já comece a gastar uma farta munição faltando cerca de 50 dias para o segundo turno.

    Pelo menos, hoje o comitê de campanha da Dilma respirou aliviado com a operação para associar Marina aos banqueiros: conseguiu retomar a pauta da campanha e sair da agenda negativa dos escândalos da Petrobras.


  • Enquanto integrantes da campanha de Aécio Neves defendem a estratégia de desconstruir Marina para o tucano recuperar parte das intenções de voto perdidas nas últimas semanas, o PSDB de São Paulo tem posição diferente.

    Avaliação dos paulistas é de que o alvo preferencial tem que ser a petista Dilma Rousseff e o governo. De forma pragmática, muitos tucanos avaliam que, neste momento, depois da reviravolta na eleição com a trágica morte do ex-governador Eduardo Campos, o objetivo principal tem que ser a derrota do PT.

    “O tiroteio da campanha do Aécio contra Marina só ajuda Dilma. Temos que mudar essa estratégia. Até porque esses ataques podem inviabilizar alianças nos estados e na corrida presidencial no segundo turno”, ressaltou um tucano paulista.

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