Quando ficam irritados, os petistas se descontrolam. Esses são os momentos mais divertidos de suas interações com o público.
No programa de TV de hoje, 24/10, Dilma Rousseff gastou 3 minutos e meio de seu tempo de uma forma que não acostumados: sem atacar Aécio e sem praticar auto-elogios. Em vez disso atacou a Revista Veja, devido às denúncias anunciadas ontem dizendo que ela e Lula sabiam de tudo em relação aos escândalos na Petrobrás.
O resultado foi com certeza grotesco e, se aplicarmos a técnica da desconstrução, a coisa pode ficar ainda mais divertida.
Vamos começar a avaliar o conteúdo de um dos discursos mais “levianos” da política recente:
[...] não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos.O partido do terrorismo eleitoral é o PT, que ameaça os eleitores mais humildes, aterrorizando-os dizendo que o Bolsa Família acaba se eles saírem do poder. A revista Veja divulgou um fato.
Ao afirmar que um fato do mundo é terrorismo eleitoral, Dilma demonstrou manipulação da percepção da realidade.
Basta lembrar que Aécio Neves foi atacado por Dilma no debate da Record com a notícia de que Sérgio Guerra, do PSDB, havia sido mencionado em delações de Youssef. Depois soubemos que tudo não passava de mentira de um terceiro, e que Youssef jamais havia feito essa declaração.
E como Aécio se comportou? Ameaçando a imprensa? De jeito nenhum. Ele disse, de forma serena, que aguardaria as investigações e, se comprovado, tinha mesmo é que punir.
Por que a informação inverídica sobre Sérgio Guerra (usada por Dilma na Record) é legítima, mas aquela saída diretamente da boca de Youssef sobre a participação de Dilma e Lula no escândalo não é? Puro caso de duplo padrão.
E os tais “parceiros ocultos”? Além de autoritarismo insano, ainda temos que aturar teoria da conspiração.
Haja saco para aguentar as bobagens de Dilma.
Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática.Ela está se fingindo de louca. A tradição democrática de um país permite a publicação prévia de qualquer conteúdo, e posterior responsabilização dos envolvidos. Simples assim.
Ela acabou de voltar ao tempo da censura previa, que existe em Cuba (país que ela apoia), e diz que o inverso é agressão à tradição democrática.
Dilma envergonha a presidência da república ao tentar enrolar seu eleitor assim.
Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da justiça.Surreal.
A revista não envolveu ninguém. Quem envolveu foi o doleiro Youssef, que está sob delação premiada. Quer dizer, ele poderá perder todos os seus privilégios obtidos com a delação se não apresentar evidências do que afirma. Não falamos aqui de “supostas declarações”, mas de declarações obtidas em um processo de delação premiada.
Ademais, não é a Veja que tem que apresentar provas, mas Youssef.
E de novo: onde estão as provas das declarações de Dilma sobre Sérgio Guerra usadas no debate da Record?
Todos os eleitores sabem da campanha sistemática que a revista move há anos contra Lula e contra mim, mas dessa vez a Veja excedeu todos os limites.Mentira.
E não se finja de perseguida, Dilma.
Este ótimo texto de Rodrigo Constantino (assim como este outro, também dele) mostra que a Revista Veja é pródiga em se antecipar na denúncia dos escândalos de corrupção. Foi assim nos governos anteriores. E continua sendo no governo Dilma, como foi nos governos FHC e Lula. Fim de conversa.
É só clicar nos links que postei para ver que o ridículo ato de vitimismo de Dilma é patético e vergonhoso.
Desde que começaram as investigações sobre ações criminosas do Senhor Paulo Roberto Costa eu tenho dado total respaldo a Policia Federal e ao Ministério Público até a sua edição de hoje, às vésperas das eleições que em todas as pesquisas, apontam a minha nítida vantagem sobre meu adversário a maledicência da Veja tentava insinuar que eu poderia ter sido omissa na apuração dos fatos.Não é Dilma que tem que dar total respaldo à PF e ao MP. Essas entidades não estão subordinadas à vontade de Dilma. Mais um momento onde ela pensa ter acordado em Cuba.
Também é mentira que “todas as pesquisas” apontam vantagem de Dilma sobre Aécio. Apenas as pesquisas Datafolha e Ibope. A primeira é da Folha de São Paulo, jornal que ama o PT de paixão, e a segunda é de um órgão que recebeu 11 milhões de reais no governo Dilma.
Pesquisas como Istoé/Sensus e Veritá, muito mais isentas, apontam a vitória do tucano.
Isso é um absurdo, isso é um crime, é mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições.Crime?: Só se for a crimidéia.
Ora, se Youssef deu uma declaração durante sessão de delação premiada, e há uma gravação dessa declaração nas mãos da Revista Veja, não há crime algum em dizer, em alto e bom tom: “O Sr. Youssef confessou que a Dona Dilma e o Sr. Lula sabiam de tudo”.
Palavras como “malévola”, “desonesta” e “desleal”, na boca de Dilma, não passam de encenação teatral de quem não tem nada a dizer.
A começar pela antecipação da edição semanal para hoje sexta-feira, quando normalmente chega às para as bancas no domingo [...]Ué, e a Carta Capital me mandou um e-mail dizendo que vai adiar a publicação de sua edição que ia as bancas nesta sexta-feira. Desde quando é proibido mudar a data de circulação de uma revista por interesses da revista. Esses interesses podem incluir um furo jornalístico (como no caso da delação de Youssef).
A Dona Dilma não está em Cuba, onde é o governo que decide os dias em que uma revista chega às bancas.
[...] a única diferença é que dessa vez ela não ficará impune. A justiça livre desse país seguramente vai condená-la por esse crime.Aqui ela entra em contradição. Se é “justiça livre”, então ela não sabe se a Veja será condenada ou não, até por que Dilma não provou existir nenhum crime cometido pela revista. A não ser, é claro, que ela já esteja se visualizando como tiranete estilo castrista…
O povo brasileiro sabe que não compactuo e nunca compactuei com a corrupção. A minha história mostra isso.Em setembro, Políbio Braga fez uma enquete em sua página e o resultado mostrou que 92% dos leitores acham que Dilma sabia de tudo.
Claro que se Dilma fizer uma pesquisa com arma na mão, assim como se faz em Cuba, vai obter um resultado dizendo que a maioria “sabe que ela não compactua” com corrupção.
Alias, se formos cavucar a história de Dilma, acharemos mais bizarrices neste sentido.
Farei o necessário doa a quem doer, de investigar e de punir quem mexe com o patrimônio do povo.O projeto bolivariano, que já funciona de vento em popa na Venezuela e na Argentina, se baseia em entrar no estado e meter a mão no patrimônio do povo. Ou por que alguém acha que Cristina Kirchner teve 687% de crescimento de seu patrimônio e a filha de Hugo Chavez tem 800 milhões de dólares em uma conta no exterior?
O que está acontecendo na Petrobrás é o previsto. E tende a piorar, se Dilma conseguir censurar a mídia (e este é o maior motivo pelo qual devemos tirá-la do poder no domingo).
Os principais motivos pelos quais países bolivarianos tentam censurar a imprensa se baseiam em esconder escândalos de corrupção e maquiar indicadores do desastre econômico.
Sou uma defensora intransigente da liberdade de imprensa, mas a consciência livre da nação não pode aceitar que mais uma vez se divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil.O fato dela conseguir dizer-se “defensora intransigente da liberdade de imprensa” sem dar risada é no mínimo um fenômeno do auto-controle. Quanto a isso, tiro o chapéu para Dilma.
Veja o vídeo:
Também é importante dizer que:
- Países bolivarianos, aliados ao governo do PT, como Venezuela e Argentina, censuram a mídia para esconder escândalos de corrupção e péssimos indicadores econômicos.
- Isso significa que censura de mídia é diretamente relacionada com a destruição do nível de vida da população. Se alguém tiver dúvida, pergunte aos venezuelanos.
- As denúncias de Veja são ótimas para mostrar que Dilma não pensa em outra coisa que não em censura. Ela usa termos como “democratização de meios de comunicação” ou “regulação econômica da mídia”, mas é o mesmo truque já usado por Chavez e Kirchner.
- Quando um partido enlameado por corrupção começa a falar o tempo todo em censura, como Dilma fez hoje, é sinal de que a reeleição de Dilma é perigosíssima para a nação.
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